Curso Médio do IFAL passa para a Educação
Adão de Almeida disse que o curso será adaptado e integrado no sistema normal de ensino a partir do próximo ano
O Instituto de Formação da Administração Local (IFAL) vai deixar de leccionar, a partir do próximo ano, o Curso Médio de Administração Local e Autárquica, anunciou ontem, em Luanda, o ministro da Administração do Território e Reforma do Estado, Adão de Almeida.
Adão de Almeida, que discursava na sessão de encerramento da cerimónia de outorga de diplomas e certificado aos finalistas do último grupo, esclareceu que a estrutura do curso será adaptada e integrada ao sistema normal de ensino, passando a ser regida directamente pelo Ministério da Educação, com o suporte do IFAL e do Ministério da Administração do Território e Reforma do Estado.
O ministro reconheceu que a Administração local é ainda muito lenta e burocrática. Disse que a reforma tem que conseguir fazer com que ela se modernize. “Os desafios que hoje temos para responder à administração local são cada vez mais complexos e exigentes e não são compatíveis com a administração excessivamente burocrática”, disse.
Opaís,disse,estáaempreender um conjunto de reformas, pois o modelo de governação visa abrir maior espaço de intervenção para a administração local, que deve ser compensada com mais qualidade de intervenção para que se consiga ter uma administração local mais moderna, expedita, menos pesada e mais funcional e capaz de dar resposta aos grandes anseios daqueles que procuram os serviços da administração local.
Em jeito de conselho, o ministro disse ser necessário que os formandos do presente e do futuro sejam cada vez mais quadros de valores, sobretudo, um valor fundamental cada vez mais necessário para o funcionalismo público, em particular para a administração local, que é a ética na prestação do serviço público.
“Esse valor pode fazer a diferença naquilo que fazemos, pois, quando prestamos serviço público, fazemo-lo conscientes de que não buscamos satisfação individual, mas sim a satisfação de terceiros e daqueles que buscam serviços públicos”, considerou.
Mais de 600 formados
Por sua vez, o director do IFAL, Graciano Domingos, informou que, desde a sua criação, o Instituto formou 642 estudantes, dos quais 374 do sexo masculino e 268 do feminino.
O responsável lembrou que, com o alcance da paz, em 2002, e a extensão da Administração do Estado em todo o território nacional, tornou-se imperioso dotar os órgãos da Administração Local do Estado de quadros devidamente capacitados.
Como forma de garantir a inserção profissional dos estudantes do Curso Médio da Administração Local e Autárquica, disse, o IFAL criou o Programa Nacional de Inserção Profissional que permitiu inserir na Administração Local do Estado 120 alunos.
Graciano Domingos aproveitou a oportunidade para apelar aos governos provinciais e às administrações municipais para recrutarem os formandos, tendo em conta que já receberam uma aprimorada formação virada à Administração Local do Estado e estão aptos para o trabalho.
O curso deste ano, concluído por 46 finalistas, é o último gerido pelo IFAL, que, doravante, passa apenas a realizar cursos de capacitação para funcionários públicos.
A finalista Madalena Gomes, do município de Belize, província de Cabinda, disse que depois do curso, o passo é dar continuidade aos estudos.
Em termos de conteúdos, disse ter aprendido muita coisa, com realce para questões como liderança. “Tivemos a oportunidade de aprender que um líder tem que ser situacional e não agir por emoção”, sublinhou Madalena Gomes, para quem um líder deve saber lidar com os seus subordinados para um desenvolvimento do grupo e não só.
Sobre a questão das autarquias, Madalena Gomes sublinhou que o processo vai permitir a descentralização de serviços para os municípios.
Convicta dos novos desafios, Madalena sublinhou que o país poderá contar com o seu contributo naquilo que é a evolução dos municípios. “Quando regressar a Belize, vou trabalhar para ajudar a desenvolver mais o meu município”, afirmou, com convicção.
“O país está a empreender um conjunto de reformas, pois o modelo de governação visa abrir maior espaço de intervenção para a administração local”