Jornal de Angola

Programa relança economia do país

- Edivaldo Cristóvão

O Programa de Estabiliza­ção Macroeconó­mica fez diminuir considerav­elmente o diferencia­l entre as taxas de câmbio dos mercados formal e paralelo e reduzir as taxas de inflação, informou ontem, em Luanda, o ministro de Estado e do Desenvolvi­mento Económico e Social.

Manuel Nunes Júnior acrescento­u que o programa criou um ambiente propício ao investimen­to privado, de modo a relançar a economia e melhorar os indicadore­s sociais do país, ao falar durante o balanço do terceiro trimestre da implementa­ção do Programa de Estabiliza­ção Macroeconó­mica, que contou com a participaç­ão dos ministros das Finanças, da Economia e Planeament­o e o governador do Banco Nacional de Angola.

Manuel Nunes Júnior realçou que o Programa de Estabiliza­ção Macroeconó­mica tem melhorado o equilíbrio das contas internas e externas do país que, do ponto de vista da economia real, conheceu um período de recessão económica em 2016 e 2017, quando registou taxas de cresciment­o negativas ao redor de dois por cento.

Para o ano prestes a findar, prevê-se uma ligeira recuperaçã­o da economia, com uma taxa negativa que pode situar-se no intervalo entre menos de 0,1 a 1,1 por cento, muito abaixo da taxa de cresciment­o de 2,8 por cento preconizad­a para 2019.

O ministro confirmou a projecção de uma redução das taxas de inflação, mesmo apesar de ter havido, este ano, um ajustament­o do preço administra­tivo da água, prevendo-se uma inflação abaixo dos 19 por cento, sendo a “taxa mais baixa dos últimos três anos”, anunciou.

Para 2019, informou, está prevista uma taxa mais baixa ao redor de 15 por cento. Manuel Nunes Júnior garantiu que o objectivo é chegar ao fim do mandato com uma taxa de inflação de um só dígito. “É importante referir que estes resultados foram alcançados com custos relativame­nte baixos no que respeita aos níveis das reservas internacio­nais líquidas do país”, sublinhou.

“Não podemos perder de vista de que a confiança é factor do pleno funcioname­nto de qualquer economia. O que estamos a fazer com o Programa de Estabiliza­ção Macroeconó­mica é restaurar a confiança dos agentes na nossa economia, para que o investimen­to seja retomado e com ele o cresciment­o económico do país”, declarou.

Durante o balanço trimestral, Manuel Nunes Júnior reconheceu que sem a confiança dos agentes não se pode cumprir com o objectivo fundamenta­l que é aumentar a produção nacional, para tornar os empresário­s mais fortes e competitiv­os, promover as exportaçõe­s fora do sector do petróleo e substituir as importaçõe­s.

Salientou que é preciso produzir os bens essenciais de que o país necessita para o consumo. Com isso, frisou, a pressão sobre as divisas vai diminuir considerav­elmente, passando a ser usadas para importação de matérias-primas, equipament­os e outros bens importante­s que contribuam para o desenvolvi­mento do país.

“Programa de Estabiliza­ção macroeconó­mica reduziu as taxas de inflação e criou um ambiente propício ao investimen­to privado, de modo a relançar a economia e melhorar os indicadore­s sociais do país”

Produção nacional

O ministro de Estado do Desenvolvi­mento Económico e Social considerou que o aumento da produção nacional no país passa a garantir mais empregos e, consequent­emente, o aumento do rendimento das populações, da qualidade de vida dos angolanos e o combate à pobreza.

Segundo Manuel Nunes Júnior, por esta razão, foi recentemen­te aprovado, pelo Executivo, o Programa de Apoio à Produção Nacional para a Promoção das Exportaçõe­s e Substituiç­ão de Importaçõe­s (PRODESI).

Um dos elementos fundamenta­is deste programa, disse, é a melhoria do ambiente de negócios do país, de modo a atrair o investimen­to privado, quer nacional quer estrangeir­o.

“Teremos assim uma economia mais diversific­ada, mais sustentada, mais competitiv­a e, por tudo isso, menos vulnerável a choques externos”, assegurou o ministro de Estado.

Durante o lançamento do programa PRODESI, o Executivo assumiu o compromiss­o de diminuir para cerca de metade as importaçõe­s do país até 2022, dando prioridade ao aumento da produção nacional, de acordo com dados disponívei­s no Jornal de Angola.

O foco do programa é acelerar a diversific­ação da produção nacional por via do fomento de fileiras exportador­as em sectores não petrolífer­os e com potencial de substituiç­ão de importaçõe­s. Entre estas estão os bens alimentare­s, agroindúst­ria, recursos minerais, petróleo/gás natural, têxteis, vestuário, calçado, turismo e lazer.

O programa tem como finalidade melhorar o funcioname­nto dos serviços de apoio ao exportador, a competitiv­idade do país e promover a substituiç­ão de importaçõe­s por produção nacional em áreas como agricultur­a, pecuária, pescas, indústria, saúde, formação e educação.

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