Turquia pode mediar tensão entre a Ucrânia e a Rússia
O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, propôs mediar as tensões entre a Rússia e a Ucrânia na sequência do incidente militar no Mar de Azov, ao largo da Crimeia.
De acordo com a Associated Press, Erdogan disse que admite mediar o conflito depois de ter falado ao telefone, separadamente, com o Presidente russo, Vladimir Putin, e com o Chefe de Estado ucraniano, Petro Poroshenko.
O Chefe de Estado turco compromete-se a abordar a questão da mediação com Vladimir Putin e com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à margem da reunião do G-20, que decorre hoje e amanhã, em Buenos Aires, Argentina.
A tensão entre a Rússia e a Ucrâniaagrava-sedesdedomingo, altura em que a guarda costeira da Marinha de Guerra russa disparou e apreendeu três embarcações da Armada da Ucrânia e suas tripulações, ao largo do território da Crimeia. Desconhece-se a posição de Moscovo e de Kiev em relação à proposta da Turquia sobre a possibilidade de mediação de eventuais conversações.
Merkel pede contenção
A chanceler alemã, Angela Merkel, pediu contenção a Kiev, após um apelo do Presidente ucraniano, para a OTAN enviar navios para o Mar de Azov para enfrentar a Rússia no conflito ao largo da costa da Crimeia. “Também instamos o lado ucraniano a manter-se informado, porque só poderemos resolver as coisas permanecendo razoáveis, discutindo uns com os outros. Não pode haver uma solução militar para estes confrontos”, disse ontem Merkel, em Berlim, num fórum económico germano-ucraniano.
Numa entrevista ao jornal alemão Bild, divulgada ontem, o Presidente Petro Poroshenko manifestou esperança de que a OTAN “realocasse navios para o Mar de Azov a fim de ajudar a Ucrânia e garantir segurança contra as ambições russas.”
A OTAN disse, entretanto, que já tem uma forte presença na região do Mar Negro.
A porta-voz da aliança, Oana Lungescu, afirmou que os navios da OTAN, por rotina, patrulham e exercitam no Mar Negro e passaram no local 120 dias este ano, em comparação com os 80 passados em 2017.
Relativamente aos acontecimentos do fim-de-semana, a Rússia alegou que os navios ucranianos não tinham permissão para passar do Mar Negro para o Mar de Azov, através do Estreito de Kerch, entre a Rússia continental e a Península da Crimeia.
A Ucrânia respondeu que os seus navios operavam de acordo com regras marítimas internacionais. Em resposta aos acontecimentos do fimde-semana, Poroshenko impôs a lei marcial em grande parte do país, um movimento que ganhou o apoio parlamentar.