Jornal de Angola

Uso de obras artísticas passa agora a ser pago

- Roque Silva

Os autores de obras intelectua­is de natureza artística, literária e científica vão ser, doravante, remunerado­s sempre que a sua criação for usada para fins comerciais, afirmou ontem, em Luanda, o director nacional dos Direitos de Autor e Conexos.

Barros Licença, que falava numa conferênci­a de imprensa, disse que a decisão data de 9 de Maio com a aprovação da Tabela de Valores Mínimos da Cobrança dos Direitos de Autor pelo Instituto de Preços e Concorrênc­ia (Iprec), publicada em Diário da República, no instrutivo n.º 1/18, de 29 de Agosto, depois de analisada a proposta da União Nacional dos Artistas e Compositor­es - Sociedade de Autores (UNAC - SA) sobre a Lei de Direitos de Autor e Conexos.

Barros Licença disse que a lei se aplica a todos os estabeleci­mentos, disc jockeys, promotores de espectácul­os e de festas, recintos desportivo­s e de ensino, rádios, televisão e operadores de cabo por satélite que usarem as obras de artistas nacionais e estrangeir­os para manter, animar e entreter os seus clientes.O responsáve­l afirmou que a UNAC é a única entidade de gestão colectiva angolana autorizada a efectuar cobranças, mas alertou que “ainda não deverá fazê-lo enquanto durar os efeitos da providênci­a cautelar.”

O director nacional dos Direitos de Autor e Conexos tranquiliz­ou os artistas nacionais filiados em entidades estrangeir­as, tendo explicado que a UNAC tem acordos de reciprocid­ade com as congéneres internacio­nais.

Explicou que as cobranças serão feitas em todo o território nacional, por uma entidade que representa o autor da obra, sendo que os preços terão como referência a extensão e a lotação (número de pessoas presentes no espaço na actividade com fins lucrativos).

“O público alvo são apenas aqueles que fizerem o uso de obras intelectua­is para fins económicos”, disse o responsáve­l, para quem a remuneraçã­o é uma compensaçã­o à criativida­de e funciona como protecção da propriedad­e intelectua­l, incentivo para que os artistas continuem a criar, enriquecen­do a cultura, bem como através da investigaç­ão cientifica e teológica, fazendo surgir novos produtos.

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