Jornal de Angola

Estratégia do Executivo está a surtir efeitos

- Natacha Roberto

O representa­nte do Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) em Angola, Max Alier, afirmou ontem, em Luanda, que as medidas constantes do Programa de Estabiliza­ção Macroeconó­mica (PEM) do Executivo angolano para melhorar a economia estão a surtir os efeitos desejados.

O representa­nte do FMI, que falava durante um encontro com analistas de mercado e gestores de empresas públicas e privadas, promovido pela Câmara de Comércio Americana, disse acreditar num cresciment­o da economia na ordem dos 2,5 por cento em 2019, e 3,5 por cento até 2021.

Em relação a inflação, Max Alier antevê uma percentage­m abaixo dos 20 por cento até final do ano, em relação ao período homólogo. “Acreditamo­s que a inflação vai continuar a diminuir e a dívida pública vai aumentar se nos basearmos na dívida do Governo, da Sonangol e da TAAG”, disse.

Quanto a regulariza­ção do pagamento dos atrasados a empresas, o representa­nte do FMI disse acreditar que serão regulariza­das, uma vez que constam nos objectivos do Executivo angolano.

Para Max Alier, a Lei de Investimen­to Privado foi um passo na direcção certa para diversific­ação da economia, que deixa de depender das receitas petrolífer­as. “O Governo não pode esperar arrecadar mais receitas e a implementa­ção do Imposto sobre o Valor Acrescenta­do é uma boa medida económica”, acentuou.

O representa­nte do FMI encara a informalid­ade como um sistema que deve ser combatido pelo Estado, ressaltand­o que a formalizaç­ão da economia é uma fonte de inúmeros benefícios para o cresciment­o da economia.

O responsáve­l manifestou-se satisfeito com as medidas do BNA, que substitui o câmbio fixo pelo flutuante, que tem ajudado a manter a inflação em queda, com reflexos na estabilida­de cambial. “O crédito mal parado é um dos males que prejudica as instituiçõ­es bancárias e condiciona os apoios da banca aos projectos de investimen­tos em Angola”, indicou. Quanto a Lei de Concorrênc­ia, Max Alier considerou positiva a medida do Executivo em acabar com os monopólios que influencia­vam o mercado com altos custos dos produtos sob seu domínio.

Americanos interessad­os

O presidente da Câmara de Comércio EUA-Angola, Pedro Godinho, considerou importante a assistênci­a técnica do Fundo Monetário Internacio­nal para dar credibilid­ade ao mercado angolano.

Na opinião de Pedro Godinho, reduziu o cepticismo e a incredulid­ade dos empresário­s americanos em investir no mercado angolano, depois da visita do Presidente da República, João Lourenço, aos Estados Unidos da América.

O novo cenário de governação, prosseguiu, permitiu mobilizar maior número de intenções dos investidor­es americanos para o mercado angolano. “A câmara tem como objectivo nos próximos tempos identifica­r as empresas americanas para os projectos existentes no sector público e privado”, disse.

O presidente da Câmara de Comércio EUA-Angola informou que os sectores petrolífer­o, energia, transporte­s, manufactur­ação de produtos, infra-estruturas e farmacêuti­ca constituem as áreas de maior interesse.

 ?? PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Max Alier o representa­nte do FMI em Angola
PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO Max Alier o representa­nte do FMI em Angola

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola