Cimeira do G20 inicia hoje
Líderes da União Europeia manifestam preocupação, tendo os presidentes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu enviado uma carta conjunta aos restantes participantes
A Cimeira de líderes do G20 começa hoje em Buenos Aires, mas a capital argentina entrou já há dias num caos caracterizado por um rígido esquema de segurança e a ameaça de protestos de rua contra o evento.
O reforço da segurança e as interrupções em aeroportos, portos, comboios, linhas de metro e acessos à capital argentina acentuaram-se hoje, transformando Buenos Aires numa cidade blindada, levando os seus moradores a optarem por fugir enquanto o comércio local acumula perdas.
No bairro nobre da Recoleta, Gisela Ortiz, 31 anos, tenta passar pelo bloqueio de segurança com grades e agentes da Polícia do Exército, onde os militares pedem a identificação e revistam sacos e mochilas dos que que tentam regressar a casa, nesta zona de hotéis onde ficarão hospedados alguns dos Chefes de Estado e de Governo. A área está totalmente vedada e só moradores previamente credenciados podem passar.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, chegou à cidade ontem ao princípio da noite e foi jantar no Cabaña Las Lilas. Mesmo assim, o restaurante acumulará perdas. “O G20 beneficia-nos por uma questão de imagem, porque recebemos um público internacional de Chefes de Estado, ministros e secretários. É bom para o marketing do restaurante”, valoriza o gerente do Cabaña Las Lilas, Gastón del Valle.
Guerra comercial
A forma como os Presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, vão protagonizar o próximo episódio na actual guerra comercial, num encontro bilateral, domina a cimeira do G20. O grupo que reúne as 20 economias mais desenvolvidas e as emergentes está “suspenso” de um eventual agravamento das tarifas aduaneiras entre estes dois gigantes económicos. Algo poderia levar uma queda da riqueza mundial em cerca de três por cento, em 2020, segundo estimativas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
“Seria uma má notícia para a economia mundial em geral, bem como para a Europa”, disse, à Euronews, o analista Fredrik Erixon, director do centro de estudos ECIPE, em Bruxelas. “Um eventual aumento das tarifas aduaneiras de forma gigantesca levaria a uma quebra na procura e no crescimento económico, a nível mundial. Por consequência, afectaria os produtores europeus”, disse.