Ministro de Kabila ameaça UE
A meio da campanha para as eleições do dia 23 na RDC, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Léonard Okitundu, recebeu, sexta-feira, à noite, o corpo diplomático e aproveitou a ocasião para ameaçar a União Europeia de retaliação se esta organização não lev
A meio da campanha para as eleições de 23 de Dezembro, o ministro dos Negócios Estrangeiros da República Democrática do Congo (RDC), Léonard Okitundu, recebeu sexta-feira à noite o corpo diplomático e ameaçou, perante a imprensa, que vai retaliar, se a União Europeia (UE) não levantar as sanções a 16 responsáveis congoleses antes da ida às urnas.
As autoridades congolesas ameaçaram na sexta-feira a União Europeia (UE) de retaliação, caso a organização não levante as sanções que impôs a algumas individualidades do actual Governo antes das eleições do próximo dia 23.
Quando recebia o corpo diplomático acreditado em Kinshasa e perante a imprensa, o ministro congolês dos Negócios Estrangeiros, Léonard Okitundu, denunciou aquilo que considerou serem “as tentativas da UE de renovar as sanções” impostas a 16 personalidades ligadas ao actual Executivo.
“A revisão das medidas restritivas só interessa à RDC se ela for feita antes das eleições. Depois da sua realização ela perderia qualquer significado e não seria novidade”, disse o chefe da diplomacia congolesa na “ameaça pouco velada” à organização europeia. Na mesma ocasião, “a RDC, no âmbito da sua soberania, reserva -se o direito de tomar as medidas de reciprocidade que se impõem e de escolher a natureza e dimensão”.
O ministro Okitundu sublinhou que, “além das sanções violarem todas as disposições dos princípios que regem o direito e as relações internacionais, constituem uma desvantagem para o candidato presidencial da Frente Comum para o Congo (FCC), Emmanuel Ramazani Shadary, privado da liberdade fundamental de se mover e explicar aos parceiros externos a pertinência da sua missão, algo que pode ser explorado negativamente pelos adversários políticos”.
A União Europeia fez saber a semana passada que, no dia 10 de Dezembro irá pronunciar-se sobre o prolongamento, ou não, das sanções contra as 16 personalidades congolesas, incluindo Emmanuel Ramazani Shadary, candidato do Governo de Joseph Kabila às eleições de 23 de Dezembro, impostas por “obstruírem os princípios democráticos na RDC”.
Mortos por ébola
O número de casos de ébola na República Democrática do Congo ultrapassou, na semana passada, a 420, com o total de mortos a subir para 242, segundo dados divulgados ontem pela Organização Mundial de Saúde (OMS). De acordo com a actualização de 27 de Novembro da ONG, nas 14 zonas da epidemia, nas províncias de Kivu do Norte e Ituri, 35 pessoas não resistiram nos últimos nove dias.
O registo de casos de contaminação do vírus, que se transmite por contacto físico através de fluidos corporais infectados e que provoca febre hemorrágica, aumentou em 49 em relação ao período de 19 a 27 de Novembro.
No relatório da OMS, elaborado conjuntamente com o Ministério da Saúde da RDC e Organizações Não-Governamentais que trabalham no nordeste do país, é expressa “a confiança de que a epidemia pode ser contida, apesar dos constantes desafios”.
A epidemia do vírus ébola neste país foi declarada a 1 de Agosto, em Mangina, nas províncias de Kivu do Norte e Ituri. No distrito de Boikene, a OMS, o Ministério da Saúde da RDC e Organizações NãoGovernamentais tiveram de suspender as operações de socorro durante dois dias, depois do ataque de um grupo armado.
A propagação do vírus chegou perto do Uganda, país que para se prevenir realizou um programa de vacinação de funcionários na fronteira atravessada diariamente por centenas de pessoas de ambos os lados, a procura de formas de subsistência mediante as trocas comerciais.
Os dois países partilham uma vasta fronteira.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da RDC, Léonard Okitundu, é contra a imposição de sansões a algumas personalidades do actual Governo