O investimento e o ambiente de negócios
Para a existência de um melhor ambiente de negócios em solo angolano, fazia-se necessária a aprovação de um conjunto de medidas e leis que representassem de maneira efectiva a segurança para o investidor estrangeiro. Ao anunciar as recentes iniciativas para facilitar o processo de investimento privado, com especial atenção ao estrangeiro, o Presidente João Lourenço deu um dos mais ousados e necessários passos para que o processo de concessão de vistos, em particular para os investidores, deixasse de ser um tabu e consolidasse mais um importante passo no inadiável processo de diversificação da nossa economia.
Após um ano de governação o Presidente João Lourenço põe em prática uma importante política para atrair o investidor estrangeiro: o “cartão de boas-vindas”. A existência de uma excessiva burocracia para a obtenção do visto de entrada era um verdadeiro obstáculo aos empresários de outros países e sempre foi incompatível com o discurso de que Angola estaria a trabalhar para atrair esses investimentos.
Numa demonstração de que estamos a viver novos tempos na política do nosso país, João Lourenço integrou esforços de diferentes pastas para que a chegada do investidor estrangeiro seja consumada dentro de um esforço diplomático planeado, da agência AIPEX, da comunicação social e outros níveis do Executivo. “Um por todos e todos por um” seria a síntese deste novo modelo de gestão dos interesses públicos, posto que os desafios não serão superados se as soluções estiverem nas mãos de uma única pasta ou pessoa.
A consolidação da imagem de uma Angola com credibilidade aos olhos do mundo também está inserida neste planeamento que visa atrair o investidor estrangeiro. A negociação de um programa de financiamento junto ao Fundo Monetário Internacional, sem prejuízo para o povo angolano, conquista o respeito necessário na relação sadia com credores e organismos financeiros internacionais.
Todos os esforços de agora já se farão sentir como resultados a partir de 2019, altura em que o País terá criadas as condições para - na prática - aumentar a oferta de bens, serviços e geração de empregos, elementos fundamentais para o aumento da confiança da nossa sociedade nas políticas em curso. Esse optimismo está a ser cultivado mesmo que a conhecida dependência que a nossa economia tem do sector petrolífero venha a ser prejudicada pela tendência de queda do preço do barril de crude. João Lourenço está a encarar a previsão de perda de receitas com o petróleo como uma grande oportunidade para “aumentar a nossa determinação em apostar na produção interna e consequente aumento das exportações e redução das importações”.
Ao contrário do que era praticado até aqui, o visto do investidor passa a ser atribuído no território nacional e não no consulado. Essa redução da formalidade e da burocracia projecta Angola a um patamar de igualdade em relação a diversos países que já aplicam - com êxito - essa política. Para além do investidor estrangeiro, o fomento do turismo - que também é um factor a ser considerado na nossa economia, sobretudo diante do incontestável potencial turístico do nosso país - deixa de ser uma promessa e ganha ares de realidade com as inovações relacionadas à emissão do visto de turismo nas variantes de recreação, entretenimento e cultural.
Angola poderá preencher as expectativas dos estrangeiros que pretendam visitar e investir no país. Tudo isso mediante critérios para uma avaliação exaustiva antes da emissão do parecer através da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX). A certificação que atesta o preenchimento dos requisitos que o empresário reúne para obtenção do visto oferece ao País a necessária segurança para evitar que esta nova possibilidade de ingresso em território angolano seja explorada indevidamente.
Para que velhos problemas sejam superados é preciso que novas soluções sejam apresentadas. Angola começa a quebrar tabus que até aqui nada de positivo renderam à nossa economia e - em oposição a esta expectativa - serviu apenas para o isolamento da nossa economia. Oferecer ao empresário estrangeiro as condições de segurança para que possamos ver ampliadas as ofertas de postos de trabalho e de bens e serviços é uma medida que deve ser reconhecida e valorizada. Que 2019 seja um marco positivo no registo dos primeiros resultados desta ousada iniciativa.
Oferecer ao empresário estrangeiro as condições de segurança para que possamos ver ampliadas as ofertas de postos de trabalho e de bens e serviços é uma medida que deve ser reconhecida e valorizada