Professores querem melhores condições de trabalho
A Associação Nacional dos Professores Angolanos (APA) disse, em Luanda, esperar que sejam brevemente melhoradas as condições de trabalho dos professores da rede pública, sobretudo os que leccionam nas áreas mais recônditas do país.
O desejo da associação foi manifestado pelo seu presidente, Inácio Gonga, quando falava à comunicação social à margem do Conselho Consultivo Alargado da APA, que decorreu no Instituto Superior de Serviços Sociais.
No rol das condições que a APA quer ver melhoradas, estão a distribuição de manuais escolares aos alunos do primeiro nível, mais carteiras e transportes para os docentes que dão aulas nas aldeias e comunas distantes. A construção de mais salas de aula em todas as províncias é também defendida pela associação, a fim de as crianças que estudam debaixo de árvores serem colocadas em salas condignas.
Reforma educativa
O presidente da APA pediu aos empresários para ajudarem o Executivo a construir mais salas de aula, que podem estar em jangos, para albergar os que ainda estudam debaixo das árvores, onde correm risco de vida, devido à queda de raios no período chuvoso. Inácio Gonga acentuou que a APA deseja também que, no âmbito do novo Estatuto da Carreira Docente, os professores sejam pagos, a partir de Janeiro, de acordo com o que ficou acordado entre o Ministério da Educação e os sindicatos da classe.
O Conselho Consultivo Alargado da APA analisa a Reforma Educativa, o rácio aluno/sala de aula, a falta de bibliotecas escolares e de espaços para a prática desportiva nas escolas.
Voz governamental
O secretário de Estado da Educação para o Ensino Geral e Pré-Escolar, Pacheco Francisco, deu ênfase à valorização pelo Estado do papel do professor, que tem a missão de transformar a sociedade, através do ensino. Pacheco Francisco acentuou que o professor deve estar dotado de “qualidades extraordinárias” e disse que o Ministério da Educação deseja que a Associação dos Professores Angolanos esteja mais unida. No Conselho Consultivo da APA, estiveram representantes de 16 das 18 províncias do país. Mais de vinte mil professores estão registados na APA.