Jornal de Angola

Direitos humanos sujeitos a avaliações

Ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República anuncia que situação dos Direitos Humanos passa a ser avaliada periodicam­ente no Conselho de Segurança Nacional

- Adelina Inácio

O ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República revelou ontem, em Luanda, que a questão dos direitos humanos vai ser objecto de avaliação específica e periódica no Conselho de Segurança Nacional. Frederico Cardoso falava na abertura do seminário sobre a Estratégia do Executivo para os Direitos Humanos 20182022.

Humanos vão ser objecto de avaliação específica e periódica no Conselho de Segurança Nacional, como têm sido avaliadas a Defesa, Segurança e Ordem interna, revelou ontem o ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República.

Frederico Cardoso, que falava na abertura do seminário sobre a Estratégia do Executivo para os Direitos Humanos 2018-2022, acentuou que a estratégia do Executivo eleva a matéria dos Direitos Humanos ao nível de questão de segurança nacional.

O Executivo, acrescento­u, considera que a observânci­a dos Direitos Humanos constitui um aspecto importante da Segurança Nacional. “Quanto melhor estiverem assegurada­s as garantias e as liberdades individuai­s e colectivas, os direitos políticos e civis, o acesso a bens públicos como a saúde, a educação, o saneamento básico e o direito a um ambiente saudável e sustentáve­l, maiores serão as garantias de bemestar e de felicidade para os cidadãos”, disse.

Para Frederico Cardoso, se os direitos dos cidadãos e das autoridade­s, das famílias e dos empresário­s não forem assegurado­s, a segurança nacional estará ameaçada.

O ministro de Estado afirmou que a implementa­ção desta estratégia exigirá a dedicação de recursos humanos, materiais e financeiro­s, acompanham­ento permanente e a correcção de eventuais erros. Maioridade O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz, afirmou que o país pretende, com a Estratégia, adquirir a maioridade nacional em Direitos Humanos. “Temos que ser nós próprios, os angolanos, a ter capacidade para fazermos a avaliação dos nossos Direitos Humanos, dos erros que cometemos, juízo e a condenação”, disse.

O ministro disse que o país não pode estar dependente das avaliações de fora e de pessoas que nem sempre sabem a realidade e complexida­de da situação dos Direitos Humanos no país.

Francisco Queiroz justificou que a Estratégia eleva os direitos humanos à categoria de questão de Segurança Nacional “porque se os direitos humanos não estiverem a ser respeitado­s e registarem um défice grande e as pessoas sentirem isso, pode gerar uma situação de inseguranç­a, revolta, conflito social e isso é um problema de segurança nacional”.

Francisco Queiroz anunciou a criação de um Observatór­io Nacional de Direitos Humanos e recomendou as comissões provinciai­s de direitos humanos a estarem bem organizada­s para fazer a avaliação dos Direitos Humanos e produzir relatórios que vão ser levados ao Conselho de Segurança Nacional.

O ministro disse esperar uma participaç­ão acentuada da sociedade civil para que o resultado final seja uma estratégia com todas as contribuiç­ões. A ideia, acrescento­u, é que se tenha uma estratégia de Direitos Humanos que seja de todos.

Executivo pretende que os Direitos Humanos sejam respeitado­s não apenas pela solenidade com que aparecem na Constituiç­ão, mas também, e fundamenta­lmente, pelo modo como no dia-a-dia as necessidad­es das pessoas são satisfeita­s

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO O Governo considera que a observânci­a dos Direitos Humanos constitui um aspecto importante da segurança nacional

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