Elogios à abertura
José Patrocínio, da OMUNGA, considerou que o encontro foi mais simbólico. “Criou a ideia de que o Presidente da República está aberto para receber informações e partilhar connosco estratégias”, disse.
Em relação a governação, José Patrocínio disse ter esperança, mas noutras questões ainda guarda receios. “Por exemplo, em relação ao combate à corrupção há coisas práticas que temos algumas dúvidas se estão a acontecer ou não”, disse.
Antiga vice-ministra da Educação pelo extinto PLD no Governo de Unidade e Reconciliação Nacional, Alexandra Simeão dirige a associação HANDECA, que defende melhor qualidade no ensino primário. Ontem, disse ter deixado esta preocupação ao Presidente da República.
“O Presidente da República deixou uma porta aberta para nos permitir que, a qualquer altura, possamos fazer chegar contribuições. Aliás, apelou para que nós fizéssemos isso, e não comentarmos só ao nível das nossas organizações”, disse.
Belarmino Jelembe, da Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente, defendeu que o Executivo deve virar as linhas de financiamento que andaram à volta dos grandes projectos para o pequeno produtor. “Queremos a introdução de pequenas linhas de financiamento para as cooperativas dos agricultores”, disse.
Salvador Freire dos Santos, da Associação Mãos Livres, disse ter ficado com a impressão de que o Presidente João Lourenço acompanha as acções da sociedade civil, entre elas aquelas que têm a ver com os direitos humanos.
“O Presidente da República pediu para que continuássemos a realizar o nosso trabalho. Pediu que, caso houvesse necessidade, fizéssemos chegar ao seu gabinete questões preocupantes”, disse.
“Os canais de comunicação definidos satisfazem a nossa preocupação, e é a maneira correcta de abordar qualquer assunto. Também queremos que outros departamentos ministeriais sigam o mesmo exemplo do Presidente”, disse.
A Fundação Open Society foi vista, durante anos, como um dos adversários do Governo angolano. O representante da organização no encontro de ontem, Elias Isaac, considerou que os mecanismos de comunicação indicados pelo Executivo para a troca de informações são os mais adequados.
Elias Isaac disse que é possível colaborar com o Governo para assegurar o bem-estar da população.
Desta forma, segundo o responsável da Fundação Open Society, a governação passa a ser mais inclusiva.