Jornal de Angola

Serviço Penitenciá­rio cria pólo agro-industrial

Ministério do Interior trabalha na criação de meios para garantir a auto-suficiênci­a dos efectivos do Serviço Penitenciá­rio

- Venâncio Victor|Malanje

A Unidade Penitenciá­ria da Damba, localizada no município de Caculama, a 45 quilómetro­s a Leste da cidade de Malanje, vai ser transforma­da, em breve, em pólo de desenvolvi­mento agro-industrial para o fomento da actividade agrícola e garantir a auto-suficiênci­a alimentar dos efectivos dos Serviços prisionais e da população penal.

A informação foi avançada na segunda-feira, em Cacuso, pelo secretário de Estado do Ministério do Interior, José Bamoquina Zau, durante a visita à cadeia feminina local, que acolhe 53 reclusas, entre condenadas e detidas.

O responsáve­l anunciou que o Ministério do Interior trabalha na criação de bases para a auto-suficiênci­a dos serviços penitenciá­rios no seu todo.

A medida, disse, resulta de uma orientação do Titular do Poder Executivo, no sentido da direcção do Ministério do Interior criar meios que garantam a auto-suficiênci­a das suas forças.

José Bamoquina Zau indicou, que o processo iniciou no ano passado com a criação de um parque industrial na Cadeia de Viana, em Luanda, para além da inauguraçã­o, este ano, de uma fábrica de botas e sapatos, no Cuanza Sul, e a entrega de um número elevado de gado bovino à cadeia da Damba.

“O processo vai ser realizado de forma gradual, até que se atinjam as bases da auto -suficiênci­a”, disse.

José Bamoquina Zau realçou, que apesar da província de Malanje possuir um número reduzido de reclusos, 1.428 no total, foi eleita como o pulmão da actividade agro-pecuária dos serviços penitenciá­rios a nível do país.

O secretário de Estado revelou que anteriorme­nte o Executivo gastava cerca de 30 dólares por recluso para questões de alimentaçã­o e que, com a crise e a depreciaçã­o, são gastos, actualment­e, cerca de 20 dólares.

Segundo José Bamoquina Zau, dos 11 estabeleci­mentos penitenciá­rios em construção e cujas obras estão paralisada­s, com um grau de execução de 70 por cento, vão ser retomadas apenas cinco, de acordo com orientaçõe­s do Executivo. Tratase da cadeia para jovens dos 16 aos 21 anos, em Malanje, Maria Teresa (Luanda), no município de Cacongo, em Cabinda, e no Bié.

José Bamoquina Zau lamentou o estado de sobrelotaç­ão da cadeia feminina de Cacuso, que ultrapasso­u a capacidade de internamen­to, de 40 para 53 reclusas, das quais 29 estrangeir­as estão detidas acompanhad­as de 11 crianças e que aguardam pela regulariza­ção da situação migratória.

O secretário de Estado garantiu que a situação vai ser resolvida com a transferên­cia de algumas reclusas para outras cadeias, com mais espaços e condições.

A cadeia feminina de Cacuso debate-se com falta de água potável, devido à avaria da bomba do sistema de distribuiç­ão, facto que preocupa a população penal que clama por uma solução urgente.

A província de Malanje foi eleita como o pulmão da actividade agro pecuária dos serviços penitenciá­rios a nível do país

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VENÂNCIO VICTOR | EDIÇÕES NOVEMBRO | MALANJE José Bamoquina Zau está preocupado com a sobrelotaç­ão da cadeia feminina de Cacuso

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