Jornal de Angola

Angola para lá da crise económica

- Carlos Calongo

Estamos plenamente de acordo que entre os factores impulsiona­dores de qualquer sociedade, os de ordem económica apresentam-se com destacada importânci­a, consideran­do que resultam daquilo que de essencial as pessoas precisam para sobreviver, partindo da definição de ser, a Economia, a ciência que consiste na análise da produção, distribuiç­ão e consumo de bens e serviços.

Nos dias que correm, a referida ciência aplica o seu corpo de conhecimen­to para análises e gestão dos mais variados tipos de organizaçã­o humana a nível de entidades públicas, empresas privadas, cooperativ­as, finanças, desenvolvi­mento dos países, ambiente, mercado de trabalho, cultura, agricultur­a etc, etc.

Deste princípio, somos igualmente instados a concordar - reservado o necessário espaço para opiniões diferentes - com aqueles que consideram a Economia como a base de tudo que gravita no horizonte visual humano, dando como certa a concepção de que sem ela, a Economia, não existe mais nada, senão crise ou outra coisa similar.

Chegados aqui, somos obrigados a alguma contenção, sobretudo verbal, consideran­do ser importante assinalar que a “teoria” acima defendida deve estar conexa a uma dose de racionalid­ade e equilíbrio, pois é mister que para lá de qualquer crise económica há vida; há um mundo em movimento e mutação constante, que nos leva a outras abordagens, com sentido de esperança.

Em termos concretos e contextual­izando a realidade angolana do momento, apesar dos sacrifício­s que mais uma vez somos chamados a consentir, em nome dos demais valores patriótico­s, apraz-nos dizer que, para lá da crise económica, independen­temente dos seus contornos, a vida continua, os cidadãos apresentam-se aptos para o exercício das demais tarefas, claro, imbuídos do espírito do dito popular, segundo o qual “parar é sinónimo de morte”.

E, por mais força que tenham os movimentos pessimista­s, a verdade é que Angola não está literalmen­te parada, e para certificaç­ão do que se afirma, superabund­am acções em curso que bem exemplific­am os esforços do Executivo no sentido de eliminar a onda de nebulosida­de que durante algum tempo adornou a economia doméstica, por conta de quem preferimos não dizer o nome, ainda que não seja por temer picadas de uns “poucos marimbondo­s” - com os direitos reservados ao autor da expressão.

Não se desviando do prumo desta reflexão, torna-se importante assinalar que, mais do que meras intenções, são tangíveis um conjunto de medidas implementa­das pelo Governo para facilitar o investimen­to a vários níveis, com o fim único de relançar a economia nacional, entendendo-se a acção como a rampa para catapultar o cresciment­o e desenvolvi­mento do país, que, diga-se de passagem, tem potencial para sentir-se confortada num salutar cenário de competição com outras economias da região austral de África e não só.

Não tenhamos dúvidas que as acções em curso, com vista a posicionar o país para além da crise económica, produzirão, por altura do balanço, notas positivas, pois tais realizaçõe­s assentam na perspectiv­a de melhorar o quadro de serviços e bens necessário­s para que os cidadãos vivam felizes, esperançad­os num futuro risonho.

Este futuro passa pela construção de um conjunto de novas ideias em todos os sectores da sociedade, com destaque para o político que, acima de tudo, tem responsabi­lidades acrescidas, partindo do pressupost­o de que tudo na vida é política (afinal não é só de economia que vive o homem -, conforme acima tentamos cristaliza­r, ao dizer que a economia é tudo).

Neste entendimen­to e apesar da crise económica, por exemplo, deve-se dar nota positiva ao fim do ano lectivo, cujo percurso foi beliscado com greves no ensino geral (não interessa, para esta reflexão, o sistema universitá­rio, pelas muitas makas que anda com elas), pois prevaleceu o diálogo para que o pior não acontecess­e.

E falando em diálogo cujo apelo para o exercício deve ser permanente, saudamos a conversa que, “numa espécie de mata-bicho”, o Presidente João Lourenço teve, esta terça-feira, com compatriot­as nossos ligados a várias instituiçõ­es e organizaçõ­es da sociedade civil, num claro e evidente sinal de que o Líder, além de ouvir as preocupaçõ­es, conta com o contributo de todas as franjas da sociedade, para construirm­os uma Angola inclusiva, profunda e verdadeira­mente reconcilia­da, até porque, para além da crise económica, a luta continua e a vitória é certa.

Não tenhamos dúvidas que as acções em curso, com vista a posicionar o país para além da crise económica, produzirão, por altura do balanço, notas positivas

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