Traçadas novas estratégias para a recolha de resíduos
O primeiro fórum temático sobre a higiene e saneamento realizado na semana finda na cidade de Porto Amboim, na província do Cuanza-Sul, recomendou a necessidade do envolvimento das comunidades na recolha e tratamento do lixo, visando a redução das doenças resultantes da acumulação de resíduos.
Promovido pela Organização Não-Governamental Visão Mundial, com o financiamento da empresa petrolífera Total, o fórum juntou membros da administração municipal, empresários, líderes religiosos e autoridades tradicionais, que abordaram temas ligados às causas e consequências da acumulação do lixo nos bairros e casco urbano, as vantagens do saneamento nas comunidades, criação e implementação de planos e grupos de saneamento e sobre as estratégias de acompanhamento dos grupos pela administração municipal e o sector privado.
Os participantes ao fórum constataram que a acumulação do lixo na cidade de Porto Amboim e os respectivos bairros tem como causa a falta de contentores e de educação dos munícipes quanto aos cuidados a ter com o lixo, bem como a falta de meios de transporte para a remoção dos resíduos sólidos para as áreas destinadas ao seu tratamento.
Diante desta realidade, os participantes ao fórum consideraram urgente a criação de grupos de higiene e uma cooperativa encarregue das tarefas de saneamento nas comunidades, como complemento das acções dos serviços técnicos da administração municipal e uma concertação permanente para tornar eficiente o processo de recolha e tratamento do lixo.
A realização permanente de campanhas de limpeza nas comunidades, educação para a saúde e evitar a defecação ao ar livre foram outras recomendações saídas do fórum de higiene e saneamento do município de Porto Amboim.
Durante o fórum, o sector da Saúde no município apresentou um relatório de balanço que aponta o aumento de doenças, tais como a malária, que, no terceiro trimestre do corrente ano, teve o registo de quatro mil e 161 casos, febre tifóide, com 177 casos, doenças diarreicas agudas, com 59 casos, enquanto os casos de paludismo foram de oito mil e 325 casos.
Segundo o relatório, na cidade de Porto Amboim e aldeias circunvizinhas, 80 por cento dos munícipes estão expostos ao lixo, enquanto 50 por cento pode contrair doenças relacionadas com o lixo, como malária, cólera, febre tifóide, hepatite infecciosa, infecção da pele e outras.