1º de Agosto e Petro decidem continuidade nas Afrotaças
Militares do Rio Seco apostam na experiência adquirida em África para limitar a força competitiva do campeão do Congo Brazzaville
No embalo da fusão da época passada com a presente, o 1º de Agosto discute frente à Association Sportive Otohô, hoje às 15h30, no Estádio Marien Ngouabi, na localidade congolesa de Owando, a continuidade na corrida à fase de grupos da 23ª edição da Liga dos Clubes Campeões Africanos de futebol, depois do brilharete sustentado pela presença nas meias-finais.
Entre duas margens, numa a vantagem e noutra o risco de eliminação, pelos golos sofridos em casa, os militares do Rio Seco, às ordens do bósnio Dragan Jovic, colocam em campo a experiência adquirida no continente, por forma a frustrar os intentos do campeão do Congo Brazzaville que, apesar de aprendiz, está apostado em fazer cair com estrondo um adversário emancipado.
Sob a arbitragem do gabonês Pierre Ghislain Atcho, auxiliado pelos compatriotas Angelo Malekou Mambana e Felix Abaa Eyaga, os rubro e negros têm a protecção da vitória por 4-2, conseguida após uma surpreendente desvantagem (0-2), em pleno Estádio Nacional 11 de Novembro, quando tudo fazia prever uma entrada com autoridade da equipa de Jovic, treinador pressionado pelo registo africano do sérvio Zoran Maki.
O intervalo de uma semana permitiu ao 1º de Agosto corrigir os erros cometidos, nomeadamente no processo defensivo. Para tal, o “capitão” Dani Masunguna e o combativo Bobó estão orientados a afastar da zona de finalização os jogadores congoleses, na sua maioria superiores na estampa física.
“Já não seremos surpreendidos por este adversário. Não temos tarefa fácil, porque o Otohô mostrou que sabe jogar. Agora temos mais informações. Conhecemos os seus pontos fortes, que vamos procurar anular, e os fracos, a serem explorados”, garantiu Ivo Traça, treinador-adjunto.
A ocupação de espaço e a mobilidade do meio campo também mereceram atenção. O jogo diante do Santa Rita de Cássia, para a 4ª jornada do Girabola, selado com uma goleada (5-0), permitiu avaliar as mudanças operadas de modo a dar maior consistência à equipa, no principal ponto de decisão do desafio.
Macaia junta-se a Show, numa estrutura de duplo pivô, alteração que permite preencher melhor o corredor central, ao passo que a organização das acções ofensivas ficam entregues a apenas um volante. Entretanto, Ary Papel, lesionado frente aos católicos do Uíge, sai da equipa e entra muito provavelmente Mingo Bile.
O onze do 1º de Agosto não andará longe do seguinte: Tony Cabaça; Paizo, Masunguna, Bobó e Isaac; Show, Macaia, Mingo Bile, Geraldo e Mongo; Mabululu.
Vencer no cansaço
As 6 horas de espera no aeroporto Maya Maya, segundafeira à chegada a Brazzaville, em trânsito para Oyo, deixaram a delegação do embaixador angolano, chefiada pelo presidente de direcção, Carlos Hendrick da Silva, desencantada com a falta de reciprocidade de tratamento das autoridades congolesas.
Mas, o contratempo em tudo semelhante às peripécias vividas pelos Palancas Negras em Nouakchott, na campanha de apuramento para o CAN’2019, ainda sem sede, estão longe de fazer mossa. Os dirigentes rubro e negros preferiram desvalorizar o sucedido.