Tchisekedi e Kamehre condenam pobreza
Os líderes dos partidos União para a Democracia e Progresso Social (UDPS), Félix Tchisekedi, e da União para a Nação Congolesa (UNC), Vital Kamerhe, abriram as suas campanhas eleitorais no bairro “Camp Luka”, na capital da RDC, Kinshasa.
Numa breve intervenção pública perante centenas de pessoas, Vital Kamerhe e Félix Tchisekedi evocaram a pobreza que afecta a maioria dos habitantes do bairro, criticando o Governo.
“É uma desolação total o que acabamos de ver aqui”, sublinharam perante os apoiantes, apelando à necessidade de mudança no país. A partir do fim-de-semana, os dois responsáveis passarão a realizar mais intervenções públicas de apelo ao voto em Félix Tchisekedi, o candidato comum dos dois partidos.
Entretanto, a Embaixada dos Estados Unidos em Kinshasa já reabriu as portas, depois de permanecer fechada desde o dia 26 de Novembro, devido a uma ameaça terrorista.
A missão diplomática anunciou, entretanto, que permaneceu ontem fechada em homenagem ao antigoPresidente dos Estados Unidos George H.W. Bush (19891993), que morreu no dia 30 do mês passado.
A decisão foi tomada quando faltam menos de 20 dias para as eleições presidenciais no país, previstas para 23 de Dezembro, que se teme que possam desencadear actos de violência.
Capacetes azuis desaparecidos
A Missão da Organização das Nações Unidas (ONU) na República Democrática do Congo está à procura de dois capacetes azuis desaparecidos desde os combates de Novembro, na região de Beni, leste do país.
“A prioridade da missão é encontrar os últimos dois soldados desaparecidos e foram deixados folhetos nos últimos dias na floresta para os ajudar a alcançar a sua rota”, disse Florence Marchal, porta-voz da missão, numa conferência de imprensa em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo.
Os soldados desaparecidos participaram em Novembro numa operação militar conjunta liderada pela força da Missão das Nações Unidas no Congo (Monusco) e militares congoleses contra rebeldes muçulmanos ugandenses das Forças Democráticas Aliadas (ADF) na região de Beni, na província de Kivu do Norte.
“Do lado da Monusco, quatro soldados foram dados como desaparecidos, mas, até ao momento, dois foram encontrados sãos e salvos”, disse Marchal.
“O último balanço indicava sete mortos, 13 feridos e dois desaparecidos” entre os capacetes azuis, apontou Marchal, referindo-se aos confrontos ocorridos em 14 de Novembro.
Segundo o porta-voz da missão, a operação militar conjunta contra a ADF continua na região de Beni, que nas últimas semanas não foi alvo de ataques rebeldes.
Desde o final de 2014, a região de Beni vive com medo dos assassinatos atribuídos à ADF e que provocaram centenas de mortos. O grupo armado é responsável pela morte de 15 capacetes azuis da Tanzânia, em Dezembro do ano passado, na mesma região.
Presente na RDC desde 1995 e historicamente opositor ao Presidente ugandês, Yoweri Museveni, o grupo armado ADF hoje não tem reivindicações nem líder exibido.