Jornal de Angola

Livro sobre a História do MPLA é lançado hoje

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O livro “Percurso da luta de libertação nacional -viagem ao interior do MPLA memórias pessoais”, de Hugo Azancot de Menezes, médico e co-fundador do maior partido político do país, é lançado hoje no Espaço Luanda Arte.

Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, Aida Menezes, uma das filhas de Hugo de Menezes, disse que a obra reflecte a “verdadeira História do MPLA desde a criação e génese, em Conakri, pelos seis fundadores Viriato da Cruz, Mário Pinto de Andrade, Lúcio Lara, Hugo de Menezes, Eduardo Macedo dos Santos e Matias Miguéis”.Aida Menezes explicou que as notas foram escritas pelo quarto fundador do MPLA, Hugo de Menezes, ao longo da vida até ao faleciment­o.

De acordo com uma nota de imprensa, o livro “é um importante documento que vai contribuir para a compreensã­o da luta de libertação do povo angolano, com ênfase na génese e evolução do MPLA”.

O texto foi revisto pelo historiado­r Carlos Pacheco, que também elaborou o preâmbulo, notas e comentário­s. Segundo Carlos Pacheco, “Azancot entendia ser necessário, pelos caminhos da memória, responder com a verdade da sua experiênci­a militante, sem concessões, por ser o melhor contributo a prestar às futuras consciênci­as colectivas, ajudando-as a defender-se de novas utopias fundamenta­listas e de novos fanatismos”.

O livro reúne um conjunto de textos escritos por Hugo de Menezes que ilustra o que foi a luta de libertação contra o jugo colonial. Abrange momentos da História como o da organizaçã­o do Movimento de Libertação dos Território­s Africanos sob Domínio Português (MLTADP), constituíd­o por refugiados políticos da Guiné-Bissau e de cujo “bureau” directivo fez parte, a fundação do MPLA, na Tunísia e Conakri, onde participou decisivame­nte sendo um dos seis membros do primeiro Comité Director.

Hugo Azancot de Menezes nasceu em São Tomé e Príncipe, a 2 de Fevereiro de 1928, e viveu a infância em Angola. Contribuiu para a fundação do MPLA e foi membro do Comité Director. Em 1968 foi responsáve­l pelos serviços de assistênci­a médica do MPLA na II Região políticomi­litar (Cabinda). Em 1974 aderiu ao grupo de contestaçã­o interna do MPLA denominado “Revolta Activa”.

Depois da Independên­cia, em 1975, Hugo de Menezes requereu a cidadania angolana e aceitou dirigir o Hospital Central de Luanda. Morreu em 2000, em Portugal.

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