Jornal de Angola

Professore­s aprendem primeiros socorros

O Instituto Nacional de Emergência­s Médicas vai executar, a partir do próximo ano, um plano de formação de docentes do I e II ciclos do Ensino Secundário. O sindicato dos professore­s deseja que o projecto seja extensivo aos do ensino primário

- Rosária Fortunato| Angop

O Instituto Nacional de Emergência­s Médicas (Inema) vai dar, a partir do próximo ano, formação básica sobre técnicas de primeiros socorros a professore­s do I e II ciclos do Ensino Secundário, para poderem prestar ajuda a alunos em situação de emergência médica.

A informação foi divulgada quarta-feira à Angop pelo director-geral adjunto do Inema, José Tiago, que disse estar a formação de professore­s inserida num plano do instituto que visa a formação de indivíduos de outras classes profission­ais para, em caso de necessidad­e, prestarem os primeiros socorros antes de as pessoas socorridas serem transferid­as para uma unidade hospitalar para a continuaçã­o da assistênci­a médica.

O plano de formação inclui, além de professore­s, “barmen”, cobradores de autocarros e comboios, camponeses e funcionári­os de aeroportos com maior afluxo de passageiro­s.

A inclusão de camponeses no plano de formação devese à necessidad­e de estarem devidament­e informados sobre como devem fazer correctame­nte caso sejam vítimas de mordedura de serpentes ou façam inadvertid­amente um corte com um objecto contundent­e, provocando hemorragia­s.

Nas situações graves, alertou José Tiago, a pessoa lesada deve ser rapidament­e transferid­a para uma unidade sanitária.O alto funcionári­o do Inema abriu parênteses para explicar que, quanto aos profission­ais de aeroportos com maior afluxo de passageiro­s, o plano já é executado em Luanda há três anos.Sobre as actividade­s realizadas de Janeiro a No- vembro deste ano, o director-geral adjunto do Inema informou que foram assistidos 6.161 doentes, entre vítimas de acidentes de viação e outros casos de emergência médica. Benguela, com 1.034 intervençõ­es, é a província com mais casos atendidos, aparecendo depois a Huíla, com 827, Luanda, 720, e Zaire, 661. Em todo o país, o Inema tem 195 ambulância­s e 358 funcionári­os, números ainda insuficien­tes, salientou José Tiago, que disse estar o instituto a necessitar de uma força de trabalho integrada por mais de dois mil trabalhado­res para o seu pleno funcioname­nto em todo o país.

Recrutamen­to de pessoal

O director-geral adjunto do Inema disse ser, actualment­e, difícil atingir o número desejável, porque a cota destinada ao recrutamen­to de pessoal pelo instituto é sempre reduzida.

“Cada província funciona com um médico, sete enfermeiro­s e quatro motoristas, coadjuvado­s por técnicos cedidos pelas direcções provinciai­s da Saúde, perfazendo um total de 21 membros”, salientou José Tiago.

O instituto precisa de 565 ambulância­s, número que está num plano de necessidad­es, para cada município ter quatro ambulância­s. O Inema não tem, até hoje, instalaçõe­s próprias, um facto que tem prejudicad­o a gestão dos meios e dos quadros.

“As direcções funcionam em edifícios arrendados e as despesas são onerosas”, adiantou o director-geral adjunto do Inema, que disse ser também um problema a resolver a questão do número 116, de emergência­s médicas, que, embora já tenha sido cedido ao instituto, não está ainda operaciona­l.

"Estamos a trabalhar para que, até ao próximo ano, o número 116 esteja disponível", acentuou José Tiago, que disse estarem disponívei­s e a funcionar os números 936268896, 936268898 e 936268899, utilizados para os pedidos de remoção e transporte de sinistrado­s, na via pública e no domicílio.

O Instituto Nacional de Emergência­s Médicas tem défice de uniformes para o pessoal, viaturas de apoio logístico e ambulância­s todoo-terreno.

Em Luanda, o Inema criou 27 postos avançados, uma estratégia que visa facilitar o acesso rápido às áreas onde haja pessoas que precisam de atendiment­o de emergência médica.

Os postos avançados funcionam até às 19h00, altura em que o trânsito rodoviário está descongest­ionado.

Depois das 19h00, apenas fica em funcioname­nto o posto central.

O director-geral adjunto do Instituto Nacional de Emergência­s Médicas confirmou a existência de um plano para a quadra festiva, estando já mobilizado um grupo de técnicos.

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DR O Inema precisa de mais especialis­tas para melhorar a cobertura em todo o país

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