Bruxelas protege instituições da União Europeia
Centenas de “coletes amarelos” tentaram ontem manifestar-se no quarteirão europeu de Bruxelas, mas foram barrados pela Polícia, que posicionou forças e meios para proteger as instituições da UE.
Numa réplica dos protestos que decorrem em França, mas numa dimensão menor, os “coletes amarelos” belgas saíram pela segunda vez à rua na capital do Reino e da União Europeia, com o objectivo de se concentrarem no quarteirão de Schuman para conferirem um “cariz europeu” à acção, mas desta vez a Polícia estava bem preparada à sua espera - ao contrário do que sucedeu em 30 de Novembro passado -, e as instituições europeias mais protegidas do que em dias de cimeiras de Chefes de Estado e de Governo, mesmo que praticamente vazias, dado ser sábado.
Os poucos confrontos registados ontem ocorreram quando alguns manifestantes tentaram forçar o acesso a Schuman, mas rapidamente a situação acalmou, até porque é flagrante o desequilíbrio de forças nas ruas de Bruxelas: para centenas de 'coletes amarelos', as autoridades - que receavam uma aglomeração maior e mais violenta - responderam com quase um milhar de polícias de choque, polícia a cavalo, canhões de água e barreiras de arame farpado em dezenas de ruas e avenidas.
A título preventivo, a Polícia procedeu a cerca de uma centena de detenções, sobretudo nas principais estações ferroviárias de Bruxelas, ponto de chegada dos “coletes amarelos” vindos de outras localidades da Bélgica e considerados potencialmente perigosos.
Face ao enorme perímetro de segurança montado em torno das instituições comunitárias, os “coletes amarelos” ficaram praticamente confinados a uma avenida a cerca de quilómetro e meio de Schuman.
Tal como em França, o aumento da carga fiscal sobre os combustíveis é apontado como factor que fez provocar os protestos. Os belgas dizem aceitar pagar os seus impostos mas querem algo em troca, designadamente ao nível de prestação de cuidados de saúde, educação, entre outros.