“Coletes Amarelos” fazem novas exigências
Os “coletes amarelos”, que começaram a sair à rua para protestarem contra o aumento dos impostos nos combustíveis - exigência a que o Governo já cedeu querem agora contra outros impostos e exigem melhores salários e menos precariedade no emprego.
No total, estiveram no sábado 125 mil pessoas nas ruas em toda a França, dos quais 10 mil em Paris. Um total de 1.723 pessoas foram identificadas e as autoridades fizeram 1.385 detenções, de acordo com o ministro do Interior.
Da parte do Governo, a resposta aos manifestantes surgiu, mais uma vez, pela voz do Primeiro-Ministro, Édouard Philippe, que referiu que agora é “o momento para o diálogo”, que ele próprio iniciou ontem com os “coletes amarelos” e que “deve continuar”.
O Presidente Emmanuel Macron, cuja demissão é uma das exigências dos manifestantes, continua a não manifestar qualquer posição acerca dos protestos. Numa curta mensagem no Twitter, o Chefe de Estado gaulês deixou apenas uma palavra à Polícia, agradecendo a “coragem e profissionalismo excepcionais”.
Os confrontos no centro de Paris duraram várias horas e obrigaram a Polícia a utilizar gás lacrimogéneo e canhões de água, para dispersar os manifestantes. Várias montras de lojas foram partidas e registou-se um ataque a uma galeria comercial.
A presidente da Câmara socialista de Paris, Anne Hidalgo, lamentou “as cenas de caos” na capital francesa e os “danos incomensuráveis” para a economia e a imagem da cidade, depois dos protestos.
Uma situação que deve voltar a acontecer na próxima semana. Isto porque no Facebook já se apela a um quinto sábado de protestos, a acontecer no dia 15 de Dezembro. “Acte 5: Pot De Départ De Macron!” é o nome da iniciativa, cujo principal objectivo é a demissão de Emmanuel Macron.
A manifestação dos “coletes amarelos” não se ficou apenas por França. Também em Bruxelas, na Bélgica, 400 pessoas foram detidas e um Polícia ficou ferido. A Polícia foi igualmente forçada a usar canhões de água e gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes.
Paris retoma a normalidade
Os pontos turísticos parisienses reabriram ontem, os vidros partidos das montras foram substituídos e os donos de lojas tentaram colocar a capital francesa “de pé”, depois da manifestação dos “coletes amarelos” no sábado, que fez 135 feridos.
O alvo da raiva dos manifestantes, o Presidente Emmanuel Macron, quebrou o silêncio para colocar um “post” na sua página na rede social Twitter a elogiar o trabalho da Polícia durante a noite, enquanto a pressão continua a aumentar para que avance com soluções “para acalmar a raiva que divide os franceses”.
A França mobilizou cerca de 90 mil agentes da Polícia para a quarta manifestação dos manifestantes, que saíram à rua com uma série de exigências relacionadas com o alto custo de vida e uma sensação de que Emmanuel Macron favorece a elite e está a tentar modernizar a economia francesa com muita rapidez.
Cerca de 1.385pessoas foram detidas em toda a França. A Torre Eiffel e o Museu do Louvre reabriram após o encerramento no sábado e as lojas também abriram portas, depois do fecho no auge da temporada de compras natalícias.
Fortes ventos e chuva castigaram Paris durante a noite, complicando os esforços para limpar os destroços deixados nas ruas da cidade.