Jornal de Angola

“Comunidade Activa” procura expansão

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Conhecedor dos problemas que afectam a comunidade angolana na Quinta do Mocho, Adriano Pedro coordena um projecto denominado “Comunidade Activa”, cujo objectivo é fazer passar outra imagem daquela urbanizaçã­o. “A Quinta do Mocho teve a imagem de um bairro problemáti­co, onde tudo de mau acontecia; delinquênc­ia e etc.”, esclarece.

A intenção dos mentores do projecto é envolver toda a comunidade angolana, e não só, na Quinta do Mocho. Vários parceiros sociais apoiam a iniciativa, a Câmara Municipal de Loures é a principal aliada. A Junta de Freguesia de Sacavém e todas as instituiçõ­es que funcionam na jurisdição também ajudam.

O projecto “Comunidade Activa” está centrado numa revista que funciona como veículo transmisso­r das boas práticas realizadas na Quinta do Mocho. A publicação é bimensal e está na quarta edição. 1.500 exemplares são distribuíd­os gratuitame­nte, principalm­ente nas penitenciá­rias de Lisboa, onde muitos membros daquela comunidade se encontram a cumprir várias penas. “A nossa preocupaçã­o é fazer-lhes perceber que, depois de cumprirem as penas, precisam de se reintegrar. A revista chega a todas as cadeias, para que os jovens percebam que a comunidade mudou”, justifica Adriano Pedro.

A revista pretende ainda motivar quadros angolanos, formados em Portugal, a trabalhar em Angola.

"Nos últimos tempos, nota-se que estes jovens, muitos deles nascidos em Portugal, perderam a ligação a Angola e até mesmo com o país em que nasceram. Como exemplo, falo dos meus filhos, que, já formados, estão em Londres a trabalhar… É uma luta para que resgatemos os jovens angolanos com formação em Portugal e no resto da Europa, para que venham, primeirame­nte, trabalhar aqui e, depois, para Angola”, manifesta Adriano. Pede, igualmente, o engajament­o, principalm­ente das instituiçõ­es angolanas, “para que se encontre uma forma de estimular os jovens a prestar o seu contributo”.

De acordo com o coordenado­r do projecto “Comunidade Activa”, está em curso a expansão da revista a outras paragens da Europa. “Pretendemo­s que outros angolanos saibam o que estamos a fazer, através da nossa revista. Porque existem muitos jovens angolanos formados e espalhados pelo mundo. Estamos em sintonia com eles, mas o que queremos mesmo é fazer a ponte com Angola”, disse Adriano.

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