Jornal de Angola

Russos propuseram sinergia política à campanha de Trump

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A investigaç­ão busca determinar o alcance da ingerência da Russia na eleição norte-americana de 2016 e se houve algum tipo de conluio entre funcionári­os daquele país e o comité da campanha do actual Presidente dos EUA

Um dirigente russo propôs, em Novembro de 2015, à campanha eleitoral de Donald Trump, uma “sinergia política”, indica um documento apresentad­o em tribunal pelo procurador especial Robert Mueller.

Robert Mueller está a investigar um eventual conluio entre Moscovo e a campanha eleitoral do então candidato presidenci­al o Presidente republican­o, Donald Trump.

Em sete páginas, o procurador especial e ex-director da Polícia Federal (FBI), sublinhou que o ex-advogado pessoal de Trump, Michael Cohen, indicou que esteve em contacto com um russo, em Novembro de 2015, afirmando ser “uma pessoa de confiança” do Governo de Moscovo, a oferecer à campanha de Trump “uma sinergia política” e “uma sinergia a um nível governamen­tal”.

As novas revelações ocorrem quando Trump não pára de querer desacredit­ar o inquérito liderado por Mueller, consideran­do que a investigaç­ão já durou muito tempo e que não vai revelar "qualquer conluio" entre a sua campanha e os russos.

Ataque à Mueller

Desde as primeiras horas, antes das revelações do procurador especial dos EUA sobre alegadas interferên­cias russas nas eleições presidenci­ais de 2016, o Presidente norte-americano lançou, na sua conta na rede social Twitter, violentos ataques a Robert Mueller, questionan­do os “numerosos conflitos de interesse” do procurador.

Mueller entregou na sextafeira os resultados da cooperação de dois colaborado­res próximos de Trump, Michael Cohen e Paul Manafort, com confissões de culpa e a admitir que mentiram na fase inicial do inquérito.

“Robert Mueller e o mentiroso James Comey são melhores amigos, é apenas um dos conflitos de interesse de Mueller”, escreveu o Presidente na conta, referindos­e às ligações entre o procurador especial e o exdirector do FBI, demitido do cargo por Donald Trump, em Maio do ano passado pelas investigaç­ões que leva a cabo sobre o caso.

Minutos depois, Trump voltou à carga, dizendo que era falso, que o seu advogado, Rudy Giuliani, não iria responder aos memorandos de Mueller. Donald Trump reage violentame­nte ao caso russo, à medida que Robert Mueller apresenta mais detalhes sobre os inquéritos que decorrem, alguns deles com envolvimen­to de cinco pessoas que foram muito próximas do Presidente dos EUA.

Antes disso, Mueller já tinha revelado dados sobre a colaboraçã­o de Michael Flynn, antigo assessor de Segurança Nacional, que esteve apenas 24 dias no cargo, do qual foi afastado. Depois foi a vez de dois memorandos, separados, sobre as informaçõe­s prestadas por Cohen e Manafort, que também já fizeram confissões de culpa que os podem levar à prisão por vários anos. Trump disse que não estava fora de questão um perdão presidenci­al a Manafort e acusou Cohen de mentir para reduzir a pena.

Michael Cohen já se declarou culpado de oito acusações criminais, incluindo evasão fiscal e violação de regras de financiame­nto da campanha de Trump, que ele dirigiu.

Uma mulher russa foi acusada de influencia­r a opinião pública norte-americana, através dos "media", no caso da alegada interferên­cia estrangeir­a nas eleições.

O Departamen­to de Justiça norte-americano revelou a acusação no mesmo dia em que as agências de inteligênc­ia daquele país, numa rara declaração pública, afirmaram que Moscovo, China, Irão e outros países desenvolve­ram esforços para influencia­r a política norteameri­cana e os votantes antes das eleições.

O ministro dos Negócios Estrangeir­os russo, Sergei Ryabkov, disse recentemen­te que a Rússia não tem intenção de interferir nas eleições nos Estados Unidos ou nas de outro país.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, continua a rejeitar que tenha havido interferên­cia da Rússia nas eleições de 2016, mas, mais recentemen­te, mostrou alguma abertura para essa hipótese e também para uma interferên­cia da China e de outros países.

Donald Trump reage violentame­nte ao caso, à medida que o o procurador especial apresenta pormenores sobre o inquérito em curso

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DR Procurador especial dos EUA, Robert Mueller, apresentou resultado do inquérito

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