Grevistas exigem diálogo com presidente do clube
A greve no Progresso Sambizanga faz hoje uma semana e parece estar longe do fim, uma vez que a direcção presidida por Paixão Júnior não dá a cara e furta-se ao diálogo com os grevistas.
Os funcionários e atletas das modalidades de basquetebol, andebol, voleibol, atletismo e xadrez reclamam o pagamento de 18 meses de salários em atraso. Nas instalações do clube ninguém entra nem sai. Todos os meios estão bloqueados.
A vigília vai continuar à entrada do portão principal, caso os dirigentes não optem pela negociação. No encontro do dia 8 de Novembro, Paixão Júnior comprometeu-se a pagar três salários (Novembro dois e Dezembro um), o que não veio a se consumar.
Depois de terem realizado o jogo com o FC Bravos do Maquis, que terminou empatado a uma bola, o plantel do Progresso Sambizanga pode voltar a paralisar os trabalhos, para forçar a direcção do clube a liquidar os pendentes com os funcionários e atletas.
Aos jogadores da equipa principal de futebol o elenco liderado por Paixão Júnior deve seis salários.
Em declarações ao Jornal de Angola, Custódio de Azevedo, coordenador da comissão dos trabalhadores do Progresso Sambizanga, disse que o presidente de direcção tem de dar a cara, para as partes chegarem a um acordo.
“Penso que não há razões para o presidente não querer negociar. Continuámos a aguardar pelo pagamento dos três salários acordados antes”, lamentou.
Custódio Azevedo acrescentou ainda que depois da greve desencadeada, o presidente do Progresso Sambizanga comprou material desportivo, alugou autocarro e alojou a equipa numa pensão luxuosa.
“Se ele tem dinheiro para fazer esses pagamentos, por que é que não honra parte das nossas dívidas”, questionou, acrescentando que o assunto pode ser tratado na Justiça, face à falta de diálogo entre as partes.
“Entregámos uma procuração ao nosso advogado, porque não encontrámos respaldo da direcção do Progresso.Vamos também escrever à Federação Angolana de Futebol, porque estamos a enfrentar sérios problemas de fórum social”.
À frente dos grevistas estão antigas estrelas do clube, casos de Salviano Magalhães, Ferreira Pinto, Zezinho, Mitó e Chibias.