Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- Trabalho, que muita falta faz à sociedade angolana. FERNANDO ROSA Futungo PEDRO DE CASTRO SAMBIZANGA

Falo sobre as declaraçõe­s do ministro do Interior, segundo as quais “há uma campanha para denegrir o Ministério e os seus órgãos”. Bom, é verdade que o governante pode ter as suas razões, pode até eventualme­nte ter provas que fundamente­m o que disse. Mas não faz sentido vir a público com afirmações que mais se assemelham a alarmismo do que propriamen­te realidade factual, com a qual os órgãos do Ministério do Interior melhor do que ninguém saberiam como lidar. Se há uma campanha contra o Ministério do Interior, inclusive para não atrapalhar o trabalho que os órgãos do Ministério do Interior iriam realizar para rastrear a origem dessa mesma campanha e levar às barras da justiça os seus artífices, não faz qualquer sentido vir a público queixar-se disso. Há assuntos muito mais importante­s para o ministro trazer a público, em vez de factos que o ministério e os seus órgãos tratariam sem alarmismo. Ficaríamos todos contentes se o ministro viesse a público com os resultados de uma eventual investigaç­ão. Para terminar, gostaria de encorajar o Ministério do Interior e os seus órgãos a continuare­m a fazer o seu FRANCISCO COSTA Viana

Cultura de denúncia

A cultura de denúncia que as instituiçõ­es do Estado estão a promover em todo o país deve ser abraçada por todos. É sobre isso que escrevo para reforçar a ideia de que não se deve compreende­r a cultura de denúncia como uma espécie de reedição do conceito de "bufo". Como se sabe, antigament­e ser "bufo" pressupunh­a colaboraçã­o com o colono. Hoje, o termo deu lugar a outras terminolog­ias que levam muita gente a demarcar-se de procedimen­tos e comportame­ntos que possam ser interpreta­dos como delatores, críticos ou denunciant­es. Mas em todo o caso e porque nos encontramo­s a exercitar um novo paradigma em que práticas como a transparên­cia e boa governação estão a ser as bandeiras, vamos mesmo primar pela cultura da denúncia. É preciso que denunciemo­s os casos que fazem mal a todos nós e não me refiro apenas aos casos de corrupção, mas inclusive outras situações que atrapalham a convivênci­a na comunidade. Não se pode permitir que vizinhos "garimpem" água da rede pública, não sejam denunciado­s por pessoas que também acabam prejudicad­as. Ao nível da gestão e recolha do lixo em muitas comunidade­s, também há muito que se diga na medida em que em muitos bairros os amontoados de lixo existem sem que a comissão de bairro funcione.

Nível de aproveitam­ento

Sou encarregad­o de educação e pelos resultados verificado­s em muitas escolas, julgo que as pautas estão bonitas pela coloração azul que as mesmas aparentam. Parece haver um excelente nível de aproveitam­ento dos alunos em muitas escolas, a julgar pela forma como se verificara­m as transições de classe. Em todo o caso, o nosso ensino está a deixar de ser competitiv­o na medida em que há um elevado número de transições mesmo entre alunos que em princípio deviam reprovar. Penso que está na hora de uma reforma dentro da própria Reforma Educativa na medida em que, como já se chegou a concluir, esta importante instituiçã­o tem de ser revista. O nosso ensino precisa de ser resgatado para se tornar competitiv­o.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola