Jornal de Angola

Doença desconheci­da mata bovinos na Huíla

Secção técnica de veterinári­a defende a realização urgente de uma campanha de vacinação de animais nos municípios

- Estanislau Costa | Quilengues

Mais de 180 cabeças de gado bovino morreram na última semana na comuna do Dindi, município de Quilengues, em consequênc­ia de uma peste desconheci­da pelos criadores tradiciona­is, que assolou um número consideráv­el de animais.

O ancião António Mwalenge, que registou uma baixa de 30 cabeças em sete currais, explicou ao Jornal de Angola que “os sintomas apresentad­os pelo gado afectado são estranhos, com realce para a falta de apetite, fraqueza, ao ponto de não se levantar e ao cabo de quatro dias o animal morre”.

O criador tradiciona­l descreveu que as caracterís­ticas que o animal apresenta são estranhas, sobretudo os machos, tornando difícil aferir o tipo de doença.

“Nestes longos anos de criar bois, nunca vimos coisa igual, porque tudo acontece muito rápido”. A família Tyonlenga, que tem 280 cabeças de gado e, para prevenir-se do contágio, optou por não levar os animais ao pasto, facto que está a exigir um exercício incomum para alimentar o efectivo bovino.

A família passa o dia a acarretar água dos riachos e a recolher o pasto.

“A nossa medida está, por enquanto, a impedir que os animais sejam contaminad­os pela doença que está a matar muitos bois”, disse e apelou as autoridade­s a actuarem já, para evitar a propagação da doença e a morte de bovinos, principal riqueza das comunidade­s.

Os criadores tradiciona­is de gado do município de Quipungo estão preocupado­s, igualmente, com a morte massiva de animais, por doença até ao momento desconheci­da. A autoridade tradiciona­l da embala do Ngungu, Alfredo Catipa, desconhece, por enquanto, o número exacto das perdas. “Não temos, ainda, a quantidade total dos bois que morreram em várias áreas”, disse, para manifestar o registo constante de queixas dos criadores sobre a morte de animais em diversas aldeias do Ngungu.

O responsáve­l da secção Técnica da Veterinári­a, Horácio Luanda, argumentou que o diagnóstic­o efectuado em animais de certas aldeias afectadas de Quilengues indicia a existência de peripneumo­nia contagiosa, demartofil­ose e carbúnculo externo.

“Urge a realização urgente de uma campanha de vacinação, para a prevenção dos animais que ainda não estão infectados”, sugeriu e confirmou a mortalidad­e bovina em quantidade­s consideráv­eis. Os criadores, explicou, foram orientados a queimar ou a enterrar o gado vítima de doença, por constituir­em perigo para os humanos que consumirem a carne.

“O carbúnculo externo é transmissí­vel aos humanos, quando consumirem os derivados do animal”.

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ARIMATEIA BAPTISTA | EDIÇÕES NOVEMBRO Mais de 180 cabeças de gado bovino morreram na última semana em localidade­s da Huíla
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