10.200 quilates de diamantes foram apreendidos em Luanda
Das mais de 100 cooperativas de exploração de diamantes que funcionavam no país, apenas 15 tinham documentos autorizados ou com cartas de conforto para exercer a actividade
A Polícia Nacional apreendeu, entre os dias 10 e 11 deste mês, em Luanda, 10.200 quilates de diamantes, 14.573 dólares e 495 euros, no quadro da “Operação Transparência”, que decorre em todo o país desde 25 de Setembro. De acordo com o porta-voz da operação policial de combate à imigração e a garimpo ilegais, comissário António Bernardo, foi também apreendida uma viatura e vários equipamentos de recontagem e determinação do valor do diamante. António Bernardo adiantou, igualmente, que a “Operação Transparência” registou já o repatriamento voluntário de 439 mil imigrantes ilegais, maioritariamente da República Democrática do Congo (RDC), detectados essencialmente nas províncias diamantíferas do leste.
Um total de 10. 246.49 quilates de diamantes foi apreendido nos dias 10 e 11 deste mês, na província de Luanda, no âmbito da “Operação Transparência”, que decorre no país desde finais de Setembro, anunciou ontem o porta-voz da Operação e comandante provincial da Polícia Nacional em Malanje.
Numa conferência de imprensa, realizada na Unidade Operativa de Luanda, o comissário António José Bernardo explicou que foram também apreendidos 14. 573 dólares, 495 euros e 325 libras, uma viatura do tipo Land Cruiser, vários equipamentos de apoio à recontagem, qualificação e determinação do valor do diamante, antes da sua venda.
Os resultados obtidos, disse, satisfazem a corporação, tendo em conta o trabalho de inteligência policial programado e os resultados alcançados depois do levantamento sobre a existência dos diamantes e dos valores monetários. Na província do Moxico, segundo o responsável, foram encerradas duas cooperativas de venda de diamantes e detidos elementos que se dedicavam à extracção ilegal de pedras preciosas.
Na mesma província, segundo António José Bernardo, a Operação está a incidir também sobre o corte ilícito de madeira, em colaboração com outros organismos do Estado que cuidam da fauna e da flora.
António José Bernardo disse que Luanda constitui um dos centros da imigração ilegal, sendo que foi já detectado um pequeno número de imigrantes ilegais. O trabalho, disse, vai continuar no sentido de, nos próximos tempos, ser apresentado um maior número de estrangeiros na condição de ilegais.
O responsável apelou aos estrangeiros em situação migratória irregular a contactarem o Serviço de Migração e Estrangeiros, no sentido de se legalizarem ou regressarem aos países de origem.
Explicou que das mais de 100 cooperativas de exploração de diamantes que funcionavam no país, somente 15 tinham documentos autorizados ou com cartas de conforto para exercer a actividade, onde cidadãos nacionais e estrangeiros estavam a explorar diamantes.
António José Bernardo explicou que das 11 províncias em que a “Operação Transparência” está a incidir, o destaque vai para a LundaNorte, por ter uma fronteira de mais de 700 quilómetros com a República Democrática do Congo, entre a fluvial e a terrestre. "É esta província onde entram a maior parte dos estrangeiros de outras nacionalidades, além dos da RDC", sublinhou.
“A Lunda-Norte continua a ser a província com maior reserva de minerais como diamantes, daí a razão de ser a província com maior apetência por parte dos estrangeiros”, disse, acrescentando que dos 439 mil estrangeiros que foram expulsos do país por imigração ilegal, 60 por cento saíram da Lunda-Norte.
António José Bernardo explicou que dos 439 mil cidadãos que deixaram o país, muitos se dedicavam à delapidação da economia e cometiam vários crimes como tráfico de seres humanos, exportação de capitais, prática de esclavagismo.
A “Operação Transparência” tem como objectivo fundamental o combate à imigração ilegal, exploração e tráfico ilícito de diamantes.
Das mais de 100 cooperativas de exploração de diamantes que funcionavam no país, somente 15 tinham documentos autorizados ou com cartas de conforto para exercer a actividade