Afreximbank tem disponíveis mil milhões de dólares
Empresários angolanos podem habilitar-se à linha de crédito, tão logo as autoridades do país cumpram com os procedimentos administrativos
O Banco Africano de Importação e Exportação (Afreximbank) está disponível a abrir uma linha de crédito no valor de mil milhões de dólares para financiar projectos de pequenas e médias empresas angolanas que operam nos sectores da indústria e energia, declarou ontem, na cidade do Cairo, Egipto, o consultor da instituição continental Paulo Gomes.
Em declarações a jornalistas angolanos, no final de uma visita ao pavilhão de Angola na Feira Comercial Intra-Africana (IATF) 2018, que entra hoje no terceiro dia, o consultor do Afreximbank disse que o financiamento vai ser feito por via de bancos que operam no mercado angolano.
Promotor da feira, o Afreximbank pretende subscrever acordos comerciais com empresários do continente africano num montante situado acima de 25 mil milhões de dólares norte-americanos, com uma moratória de amortização de três anos.
Angola, de acordo com o consultor do Afreximbank, foi um dos primeiros países a posicionar-se para essa linha de crédito. “Tão logo sejam cumpridos os procedimentos administrativos, os empresários do país podem habilitar-se a ela”, referiu.
A grande prioridade do Afreximbank, disse, é dar oportunidades de financiamento a pequenas e médias empresas dos Estadosmembros, de modo a garantir o crescimento económico e o acesso dos jovens ao emprego.
Agenda 2063 da União Africana, lembrou, estabelece acções específicas para cada decénio, tendo em vista o desenvolvimento económico do continente.
A implementação da Zona de Livre Comércio Continental (ZLCC) está inserida nesse plano, cujo objectivo é aumentar o comércio entre os países africanos, uma empreitada na qual, de acordo com declarações do consultor do Afreximbank, Angola tem um papel fundamental.
Análises do Afreximbank mostram que uma das principais razões por que o comércio intra-africano é baixo, por volta de 15 por cento, em comparação com a Europa (59 por cento) e América do Norte (37 por cento), está no facto da fraca ou falta de informação sobre o que cada um dos países produz.
A África movimenta, anualmente 70 mil milhões de dólares, cifra considerada moderada pelo Afreximbank, tendo em conta as potencialidades do continente. Entre os factores que inibem o comércio intercontinental, o consultor daquela instituição bancária apontou a falta de infra-estruturas e a burocracia.
Angola, afirmou, é um dos países de África que mais investiu em infra-estruturas, sobretudo em estradas e caminhos-de-ferro, com ligações a países vizinhos. “Temos algumas barreiras fronteiriças criadas artificialmente pelos colonos e a única forma de acabar com elas é incrementar o comércio entre os países do continente, declarou, antes de encorajar os demais Estados-membros da União Africana a seguirem o exemplo de Angola, investindo em sectores estruturantes para dinamizar a economia.