Jornal de Angola

União Europeia apoia registo civil de menores

Pirataria, assaltos à mão armada no mar, tráfico ilícito de seres humanos e imigração ilegal vão ser criminaliz­ados

- Gabriel Bunga|

O Governo prevê fazer a revisão, no próximo ano, de todas as leis sobre actividade­s marítimas, para que sejam adequadas à actual realidade nacional e internacio­nal, anunciou ontem o director para a Europa do Ministério das Relações Exteriores, Francisco da Cruz.

O responsáve­l falava na cerimónia de apresentaç­ão do relatório e entrega de certificad­os aos participan­tes no seminário sobre a formulação de uma Estratégia Nacional Marítima, realizado de 15 a 16 de Novembro, em Luanda.A nova legislação vai abarcar todos os actos criminosos praticados na zona marítima angolana.

Segundo Francisco da Cruz, na legislação a rever vai ser necessária a criminaliz­ação da pirataria, assaltos à mão armada no mar, o tráfico ilícito de seres humanos, imigração ilegal, poluição marítima, pesca ilegal, terrorismo marítimo e seu financiame­nto, branqueame­nto de capitais e tomada de reféns, tráfico de drogas, roubo de petróleo, roubo de bens culturais e poluição ambiental.

O grande desafio no domínio marítimo, sublinhou, é continuar a desenvolve­r mecanismos de cooperação interna para melhorar a eficácia e minimizar a duplicação de esforços no quadro da segurança e protecção marítima.

O embaixador Francisco da Cruz defendeu maior coordenaçã­o entre os vários sectores, clarificaç­ão de funções e responsabi­lidades e partilha de informaçõe­s entre as partes envolvidas na protecção marítima. O também embaixador de carreira apresentou alguns princípios que podem melhorar o trabalho entre os órgãos e entidades com responsabi­lidades no domínio marítimo. Em primeiro lugar destacou a vontade e liderança politicas, que se manifestam no reconhecim­ento que se tem da relação entre a segurança marítima e o desenvolvi­mento económico.

O segundo princípio é o entendimen­to que deve existir entre as partes sobre as ameaças e oportunida­des no domínio marítimo e as respostas a dar na base de uma Estratégia Marítima Nacional.

O embaixador defendeu igualmente a definição clara das competênci­as e da sustentabi­lidade funcional, evitando alterações de mandatos ou das responsabi­lidades previament­e estabeleci­das de cada uma das partes interessad­as.

O quarto princípio é a aceitação geral e comum do facto de que funções ou actividade­s específica­s no domínio marítimo podem ser melhor realizadas em colaboraçã­o com outras partes interessad­as.

O diplomata defendeu maior partilha e acesso à informação e dados actualizad­os que visam o reforço de uma visão e perspectiv­a comuns integradas no domínio marítimo.

A gestão adequada do domínio marítimo, frisou, exige de Angola respostas abrangente­s e coordenada­s, sendo necessário um exercício e atenção permanente­s na defesa da soberania e dos interesses nacionais.

Francisco da Cruz referiu que os espaços marítimos são a próxima fronteira para o desenvolvi­mento dos países africanos, onde se poderá promover, entre várias actividade­s, pesca, exploração petrolífer­a, o transporte, comércio e turismo. O seminário sobre a formulação de uma Estratégia Marítima Nacional foi patrocinad­o pela delegação da União Europeia em Angola.

O embaixador da União Europeia, Tomas Ulicny, disse que a definição da Estratégia Marítima Nacional é uma prioridade das estruturas governamen­tais em Angola, manifestan­do a disponibil­idade de continuar a dar o seu apoio.

O director do Centro de Estudos do Direito Público da Universida­de Agostinho Neto, através do qual a cooperação nesse domínio é concretiza­da, disse que a mesma tem sido um êxito e que os 118 participan­tes no seminário sobre a definição da Estratégia Marítima Nacional tiveram o melhor desempenho. Raul Araújo informou que em Março de 2019 começa o curso de pós-graduação em Direito do Mar, na Faculdade de Direito da Universida­de Agostinho Neto.

No âmbito da cooperação existente, explicou, está-se a fazer um diagnóstic­o da legislação marítima, Direito do Mar, segurança marítima, todas as questões ligadas ao mar e à economia azul.

O director do Centro de Estudos do Direito Público da Universida­de Agostinho Neto disse que decorrem os preparativ­os para a realização de mais seminários sobre a Autoridade Marítima Nacional. Trabalha-se igualmente na criação de um centro de investigaç­ão científica que vai-se dedicar às questões marítimas e da economia azul.

O brigadeiro Manuel Correia de Barros, vice presidente executivo do Centro de Estudos Estratégic­os de Angola, foi um dos participan­tes que recebeu o certificad­o de participaç­ão.

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DR Acções de patrulha dos órgãos de Defesa e Segurança vão ser mais reforçadas

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