Jornal de Angola

Registo civil de crianças com apoio dos europeus

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A União Europeia confirmou um financiame­nto de 14 milhões de euros para apoiar o “Projecto de registo de nascimento, identidade e justiça para crianças” no país, desenvolvi­do pelo Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, com apoio de parceiros internacio­nais.

O projecto, iniciado em 2015, e com término previsto para 2020, está a ser desenvolvi­do em Luanda, Malanje, Bié, Huíla, Moxico, Uíge e Cuanza-Sul.

A União Europeia apoia o Governo há mais de 30 anos em projectos para os membros mais vulnerávei­s da sociedade angolana, entre as quais se incluem crianças privadas do exercício dos seus direitos como registo de nascimento e acesso à educação e saúde.

O representa­nte da União Europeia em Angola, citado pela Angop, disse que a fuga à paternidad­e foi identifica­da como um dos pontos sensíveis que deve ser superado tendo em conta o elevado número de crianças angolanas que se encontram sem registo.

Responsabi­lidade dos pais

O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz, exortou, na quartafeir­a, em Luanda, os pais a assumirem as suas responsabi­lidades de registo dos filhos, para que estes tenham uma identidade e acesso aos serviços básicos como a educação e saúde.

Dados oficiais indicam que no país apenas 25 por cento das crianças com menos de 5 anos são registadas. Um estudo realizado como parte do programa "Nascer com registo" mostrou que a fuga à paternidad­e é uma das causas deste baixo número de crianças registadas.

Francisco Queiroz ressaltou que um estudo feito pelo sector que dirige e o Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF) mostrou que poucos pais aparecem nos postos de registo de nascimento das maternidad­es, deixando as mães numa situação de abandono com os filhos.

Em consequênc­ia disso, o ministro disse que muitas mães optam por não registar os filhos sem a presença dos pais, por questões culturais.

O governante falava na cerimónia de lançamento da campanha de registo de nascimento “Paternidad­e responsáve­l eu apoio”, desenvolvi­da com o financiame­nto da União Europeia e apoio técnico do UNICEF.

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