Jornal de Angola

Os maus exemplos

- Luciano Rocha

Luanda, onde o incentivo à impunidade é uma constante, num manifesto desrespeit­o às intenções do Governo, precisa de alguém, a nível municipal, distrital e provincial, que olhe para ela com os olhos do coração.

Por mais iniciativa­s que se anunciem, tenham elas os nomes que lhes derem, nada muda, jamais pode mudar, enquanto se mantiver a mentalidad­e daqueles a quem foi entregue em mãos as rédeas da capital do país e do resto da província de Luanda. Ou, em alternativ­a, substituí-los por quem seja capaz de “pôr ordem na feira”. E, por isso, pelas atitudes, muito mais do que por palavras, seja exemplo a seguir pelo cidadão comum.

Até lá, o incentivo ao lucro fácil, a qualquer preço, permanece - e háde aumentar - numa ponta a outra da província, emprestand­o-lhe o aspecto indecoroso que tem, mas não espelha, de forma alguma, o comportame­nto da esmagadora maioria do povo angolano, que não regateia esforços para ter uma vida digna.

A facilidade com que as kinguilas continuam a enxamear a via pública no negócio ilegal de divisas e os ardinas alteram preços de capa de várias publicaçõe­s são apenas dois exemplos claríssimo­s de haver quem esteja interessad­o na manutenção da anarquia reinante em Luanda. E por isso a estimula.

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