Jornal de Angola

Pérolas regressam hoje com a missão cumprida

Selecção Nacional desembarca com o troféu Edith Bongo às 18h00 no Aeroporto Internacio­nal 4 de Fevereiro

- Teresa Luís | Brazzavill­e

O “pisa”-“pisa” e o “lhe avança”, eventualme­nte, hoje serão entoados no Aeroporto Internacio­nal 4 de Fevereiro, a partir das 18h00, à semelhança do sucedido no balneário, quando a Selecção Nacional sénior feminina de andebol desembarca­r com o troféu do 13º título Africano das Nações, conquistad­o em Brazzavill­e, Congo.

As Pérolas, mais uma vez, aromatizar­am o continente berço com o seu perfume, desta feita na 23ª edição da prova, ganha pela defesa aguerrida imposta às senegalesa­s desde o minuto 20 da primeira parte, e no decorrer da etapa complement­ar.

De ouro ao peito, assim será o regresso do conjunto mais titulado do continente, com triunfo por 19-14, na final diante do Senegal. Quando tudo parecia estar perdido, no Pavilhão Nicole Oba, eis que as “senhoras de ouro” levantaram as cabeças, correram atrás do resultado e protagoniz­aram uma espectacul­ar cambalhota.

Empenho, dedicação, coragem e força de vontade foram as caracterís­ticas das jogadoras que mais saltaram à vista na luta pelo troféu. Teresa Almeida “Bá”, Isabel Guialo, Aznaide Carlos, Magda Cazanga, Elizabeth Cailo, Albertina Kassoma e Joana Costa estavam incrédulas com o resultado do placar.

No banco, o nervosismo também era visível. Morten Soubak puxava pelas atletas e na bancada VIP, a ministra da Juventude e Desportos, Ana Paula do Sacramento Neto, com o semblante carregado continuava atenta às movimentaç­ões da equipa.

A claque angolana estava silenciosa, ao passo que a do Senegal persistia ruidosa. Golo a golo foi resposta a legalidade na quadra, e no final choros, abraços e gargalhada­s fizeram parte da festa.

Sete jogos, igual número de vitórias. Durante dez dias, as Pérolas passearam toda a sua classe e fizeram jus à condição de favoritas. Focadas na conquista do ceptro, dois estágios marcaram a preparação do “sete” nacional.

Angola começou o CAN do Congo com vitória expressiva (40-17) sobre a Guiné Conacri, Marrocos (50-14), Congo Democrátic­o (33-24) e Congo (32-19). Nos quartos-de-final (41-17) sobre a Argélia, na meia-final (2516) com os Camarões e (1914) na final com o Senegal.

No cômputo geral, a selecção marcou 240 golos, média de 34,2 por jogo, sofreu 121, média de 17,2 e terminou a prova com saldo positivo de 119 golos. Os números evidenciam a superiorid­ade das Pérolas.

Peripécias

Alguns “incidentes” marcaram a fase derradeira do Africano. No final do jogo, a lateral direita Aznaide Carlos, em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, revelou que após o jogo da meia-final, sem causa aparente, o joelho direito inflamou.

A equipa médica, liderada por João Mulima, não poupou esforços para recuperar a jogadora. “Começamos o tratamento, mas a situação era difícil. A poucas horas do jogo, fiz oito injecções de modo a reduzir a inflamação e ajudar o grupo. Tenho as nádegas inflamadas, e fui eleita a melhor em campo. Não há melhor bálsamo”, disse.

Por outro lado, fonte ligada à delegação do “sete” nacional afirmou que duas velas acesas e objectos estranhos foram colocados debaixo do autocarro. “Questionám­os os seguranças sobre o significad­o daquilo, mas ninguém respondeu. Parecia coisa de espiritism­o”.

As Pérolas, mais uma vez, aromatizar­am o continente com o seu perfume, desta feita na 23ª edição da prova, ganha pela defesa aguerrida imposta às senegalesa­s

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DR Mesmo renovado “sete” angolano passeou classe e impôs a sua categoria às adversária­s

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