Jornal de Angola

Estratégia intensific­a acções contra alterações climáticas

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Angola elaborou já uma Estratégia Nacional sobre as Alterações Climáticas, que vai conduzir ao prosseguim­ento da implementa­ção efectiva de acções de mitigação e adaptação às alterações climáticas a nível nacional. A informação foi avançada pelo secretário de Estado do Ambiente, Joaquim Manuel, em Katowice, Polónia.

Na 24ª Conferênci­a das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP24), que começou no dia 2 e termina hoje, o secretário de Estado do Ambiente apresentou, quarta-feira, a posição em torno da mitigação dos efeitos das alterações e destacou os esforços de Angola na implementa­ção da Convenção sobre o clima e o Protocolo de Quioto.

Joaquim Manuel chefia a delegação multissect­orial de Angola que participa no evento que reúne 197 países e mais de 27 mil delegados.

No seu discurso, o secretário de Estado do Ambiente lembrou que as alterações climáticas são uma realidade, fazendo referência ao Relatório Especial do IPCC- sobre o aumento da temperatur­a a 1,5ºC.

O documento coloca à disposição o mais recente consenso científico sobre o perigo com que o mundo se depara. A COP24 tem por objectivo aprovar as Regras de Implementa­ção do Acordo de Paris sobre o clima adoptado em 2015. Os delegados exigem urgência na adopção do pacote de regras para que o acordo comece a ser implementa­do conforme previsto, com vista a multiplica­ção dos esforços globais na redução das emissões de gases de efeito estufa. Em 2015, Angola chegou a presidir o Grupo dos Países menos avançado.

ONU pede empenho

O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, pediu à comunidade internacio­nal que supere as diferenças para relançar a luta contra mudanças climáticas durante as negociaçõe­s de quartafeir­a da Conferênci­a do Clima da ONU, a COP 24, segundo informaçõe­s da agência France Press.

A reunião tenta definir um “livro de regras” para o Acordo de Paris, cujo principal objectivo é manter o aqueciment­o do planeta abaixo de 2ºC. “Pode soar como um apelo dramático, e é exactament­e isso.

As questões políticas essenciais ainda não foram resolvidas”, constatou Guterres, que voltou à cidade polaca onde os 197 países tentam definir o livro de regras. “Desperdiça­r esta oportunida­de compromete­ria o nosso maior trunfo para travar a mudança climática.

Não seria apenas imoral, mas suicida”, insistiu, num discurso feito às delegações nacionais. Apesar dos relatórios científico­s serem, cada vez mais, alarmantes e das condições extremas como ondas de calor e secas já estarem a ser registadas em várias regiões do mundo, a comunidade internacio­nal está a esbarrar em muitos obstáculos para chegar a um acordo nesta 24ª Conferênci­a do Clima da ONU.

“Nesta COP, alguns estão a ficar deprimidos, outros a desesperar”, resumiu, quarta-feira, a presidente da fundação norueguesa (EAT), Gunhild Stordalen. O contexto geopolític­o actual também não convida ao optimismo: além da saída anunciada dos Estados Unidos do Acordo de Paris, a incerteza sobre a permanênci­a do Brasil devido ao futuro Governo de Jair Bolsonaro ou a revolta dos “coletes amarelos” na França contra uma taxa ecológica sobre os combustíve­is parecem estar a afectar o processo.

Estados Unidos, Rússia, Arábia Saudita e Kuwait recusaram-se a aceitar as conclusões do relatório do Painel Intergover­namental sobre Mudanças Climáticas, que alerta para as consequênc­ias nefastas de um aumento superior a 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriai­s sobre o planeta.

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DR Mundo aguarda com expectativ­a as decisões da Cimeira

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