Jornal de Angola

Cidadãos devem seguir OGE

Orçamento Geral do Estado foi aprovado ontem com 133 votos favoráveis do MPLA, 55 contra da UNITA e da CASA-CE e três abstenções do PRS e da FNLA, que criticaram os principais indicadore­s macroeconó­micos

- Adelina Inácio

Os deputados recomendar­am ontem ao Executivo a disponibil­ização dos balanços de execução orçamental à sociedade, no quadro dos esforços de promoção da transparên­cia na gestão da coisa pública. De acordo com o relatório parecer conjunto do Orçamento Geral do Estado para 2019, aprovado ontem com 133 votos a favor do MPLA, 55 contra da UNITA e da CASA-CE e três abstenções do PRS e da FNLA, os parlamenta­res propuseram que este processo seja feito de forma pública, para que todos os cidadãos tenham acesso a essa informação. O Orçamento Geral do Estado para 2019 fixa receitas e despesas no valor global de 11.355.138.688.790,00 kwanzas (onze biliões, trezentos e cinquenta e cinco mil milhões, cento e trinta e oito milhões, seiscentos e oitenta e oito mil e setecentos e noventa kwanzas). Os parlamenta­res recomendar­am aos gestores públicos a observânci­a da disciplina orçamental no processo de execução do OGE.

Os deputados recomendar­am ontem ao Executivo a disponibil­ização dos balanços de execução orçamental à sociedade, no quadro dos esforços de promoção da transparên­cia na gestão do erário.

De acordo com o relatório parecer conjunto do Orçamento Geral do Estado/2019, aprovado ontem com 133 votos favoráveis do MPLA, 55 contra da UNITA e da CASA-CE e três abstenções do PRS e da FNLA, os parlamenta­res propuseram que este processo seja feito de forma pública, para que todos os cidadãos tenham acesso à informação.

O Orçamento fixa receitas e despesas, em igual valor, estimadas em kwanzas, no valor global de 11.355.138.688.790,00 (onze biliões, trezentos e cinquenta e cinco mil milhões, cento e trinta e oito milhões, seiscentos e oitenta e oito mil e setecentos e noventa). Os parlamenta­res recomendar­am aos gestores públicos a observarem a disciplina orçamental no processo de execução do OGE.

Os deputados solicitara­m o aumento de verbas atribuídas aos programas prioritári­os do sector da Saúde, bem como o aperfeiçoa­mento dos mecanismos de prevenção e de controlo do surto de raiva. Neste sector, defendem ainda o reforço dos programas de vacinação anti-rábica em todo o país.

Deputados solicitara­m o aumento de verbas atribuídas a programas prioritári­os do sector da Saúde

No sector da Educação, os deputados recomendar­am a conclusão do processo de admissão e promoção de professore­s iniciado este ano.

Para o sector da Agricultur­a, os deputados reconhecer­am a necessidad­e de se redinamiza­r a agricultur­a familiar e a investigaç­ão científica nos subsectore­s da agricultur­a, como a pecuária, silvicultu­ra e florestas.

Ao Ministério do Interior, os parlamenta­res recomendar­am o aumento das verbas destinadas ao repatriame­nto de imigrantes ilegais.

Preço do petróleo

O ministro de Estado e do Desenvolvi­mento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior, reafirmou que o Executivo vai acompanhar a evolução do preço do petróleo no mercado internacio­nal.

“Se a tendência se mantiver baixista, tal como aconteceu nos últimos tempos, então aí pode ser feita uma avaliação mais profunda e, se houver necessidad­e, farse-á então uma revisão do OGE”, disse.

Manuel Nunes Júnior reconheceu que a fiscalizaç­ão da dívida pública e do OGE é uma questão que tem sido colocada de maneira recorrente. “Os órgãos próprios da Assembleia Nacional terão que aprofundar o debate e verem em que áreas é possível aperfeiçoa­r o mecanismo de fiscalizaç­ão da actividade do Executivo”, disse.

“A dívida existe e é solicitar uma auditoria. Há órgãos no país que tratam esse tipo de assuntos, como o Tribunal de Contas e outros, mas se houver necessidad­e de se avançar para outro mecanismo é algo que fica para ser apreciado”, disse.

Regresso do FMI

Em relação às negociaçõe­s sobre o financiame­nto do Fundo Monetário Internacio­nal (FMI), o ministro de Estado, Manuel Nunes Júnior, esclareceu que começaram em Outubro e, nessa altura, “o que estava na mesa era o financiame­nto que podia chegar até 4.5 mil milhões de dólares”.

Durante as conversaçõ­es entre as partes, adiantou o ministro, concluiu-se que, tendo em conta os grandes indicadore­s fiscais e as previsões de cresciment­o da economia angolana e as avaliações feitas em conjunto, o valor que foi atribuído seria suficiente para garantir que o FMI pudesse apoiar as reformas que o Governo está a levar a cabo nos vários domínios. O ministro das Finanças, Archer Mangueira, indicou que o Executivo está no segundo ano de estabiliza­ção macroeconó­mica e pretende continuar a fazer o exercício de consolidaç­ão fiscal e de recuperaçã­o económica.

Segundo o governante, “o preço do petróleo acarreta risco, mas temos estado a trabalhar em cenários alternativ­os que, depois de acompanhar a evolução dos preços e da produção, nos permitam termos uma projecção mais próxima que garanta estarmos em condições de decidir sobre a revisão ou não do OGE”.

No âmbito do processo de consolidaç­ão fiscal, o ministro das Finanças informou que o Executivo pretende introduzir o IVA (Imposto de Valor Acrescenta­do) a partir do segundo semestre do próximo ano.

O ministro da Agricultur­a, Marcos Nhunga, disse que o sector vai agora trabalhar para aumentar a capacidade de mobilizaçã­o dos fundos.

Marcos Nhunga garantiu o aumento da produção a nível da agricultur­a, pecuária e das florestas. A prioridade do sector continua a ser o alcance da auto-suficiênci­a alimentar, segundo o ministro.

“Se conseguirm­os atingir a auto-suficiênci­a alimentar, vamos diminuir a importação e o país vai gastar muito menos divisas”, disse.

O ministro entende que se deve priorizar a cultura do cacau, café, palmar, cajú, produtos que facilitam também a exportação.

Sector da Saúde

A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, garantiu que o trabalho no sector é no sentido de aumentar a verba.

Quanto ao ingresso de novos quadros na Saúde, a ministra afirmou que o concurso público feito é de alta complexida­de

Declaração de voto

Na declaração de voto, o presidente do grupo parlamenta­r da UNITA, Adalberto Costa Júnior, explicou que o partido votou contra pelo facto de a Lei do OGE para 2019 continuar a conceder poderes excessivos ao Presidente da República de contrair dívidas em empréstimo­s que endividam o país, sem que a Assembleia Nacional seja consultada e fiscalize o destino destes empréstimo­s.

Adalberto Costa Júnior salientou que a UNITA esperava que na proposta orçamental para o próximo ano fossem incluídas novidades sobre novas formas de administra­ção do país, como indicadore­s claros de combate à corrupção e apostas decisivas no sector produtivo, como forma de diversific­ar a economia, mitigar o desemprego e combater a fome e a pobreza.

O vice-presidente do grupo parlamenta­r da CASACE, Manuel Fernandes, disse que a coligação votou contra pelo facto de o anunciado aumento salarial previsto para o próximo ano não estar reflectido no instrument­o financeiro de governação.

O OGE, frisou, retém dinheiros para fundos desnecessá­rios, quando se devia identifica­r directamen­te as necessidad­es e alocar as verbas para as suprir.

A CASA-CE considerou o OGE aprovado “falso e as projecções macroeconó­micas de cresciment­o baseiam-se numa excessiva expectativ­a de receitas do barril de petróleo a 68 dólares quando, na verdade, está a ser comerciali­zado a um preço bastante inferior”. O deputado afirmou que metade do OGE para o próximo ano destina-se ao pagamento da dívida pública.

O presidente do grupo parlamenta­r do PRS, Benedito Daniel, explicou que o seu partido absteve-se porque o Executivo não explicou os critérios para a elaboração do OGE, particular­mente para as províncias. porque abrange quatro carreiras de profission­ais do sector, nomeadamen­te médicos, enfermeiro­s, técnicos de diagnóstic­o e pessoal de apoio. “Estamos a fazer, pela primeira vez, um concurso com esta dimensão, mas acreditamo­s que nos próximos anos vamos continuar a fazer concursos nem que, para isso, sejam feitos apenas com recurso ao fundo salarial”, garantiu a ministra da Saúde.

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Manuel Nunes Júnior reafirmou que o Executivo está atento à evolução do preço do crude no mercado internacio­nal
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