Governo defende mudança na CPLP
O ministro das Relações Exteriores de Angola, Manuel Augusto, considerou ontem, em Lisboa, que a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) “não pode ser vista como uma comunidade de românticos”, devendo aprofundar a melhoria da vida dos seus cidadãos.
"Devemos dar um cariz de cooperação económica e técnica à nossa comunidade, para não ser vista como uma comunidade de românticos", disse Manuel Augusto em declarações à imprensa à margem da tomada de posse do novo secretário-executivo, Francisco Ribeiro Telles.
De acordo com o ministro, a CPLP deve corresponder aos sinais dos tempos. "A comunidade pode deixar de se ocupar muito da língua e de poemas, e partir para coisas mais concretas que correspondam às expectativas dos povos", disse o ministro, citado pela Angop.
"Existe um potencial de cooperação económica entre países da CPLP que deve ser explorado nessa dimensão", referiu.
O objectivo, salientou, não é abandonar a língua, que é o denominador comum, mas tem de se partir para o concreto, que é o que os jovens querem.
Manuel Augusto afirmou que Angola “tem relações com Portugal, que é da União Europeia, e com o Brasil, que está no Mercosul”, mas vincou que “a nível da comunidade se pode desenvolver sinergias para que a cooperação económica localizada possa beneficiar os três países.”
“Onde situamos essa cooperação, é evidente que é no plano bilateral, mas podemos considerá-la no âmbito da CPLP, se calhar podem ir para Angola outros professores da CPLP que leccionam aqui em Portugal, e devemos dar esse cariz de cooperação económica e técnica à comunidade, para não ser vista como uma comunidade de românticos”, disse.
Em declarações aos jornalistas, o ministro deu ainda conta da entrega de uma mensagem do Presidente da República, João Lourenço, ao presidente em exercício da CPLP, o Chefe de Estado de Cabo Verde, desejandolhe “felicitações e votos de sucesso ao novo secretário-executivo, Francisco Ribeiro Telles”.