Desminagem devolve campos para agricultura
O Instituto Nacional de Desminagem (INAD) destruiu ontem 7.707 engenhos explosivos não detonados, no município do Cunhinga, 30 quilómetros a norte da cidade do Cuito (Bié).
Do material bélico em causa, constam 51 minas antipessoais, 14 minas anti-tanques, 1.118 engenhos diversos, 6.500 munições de pequeno calibre e 24 armas em estado obsoleto.
A remoção do material letal permitiu desminar uma área de 467.527 metros quadrados (46,9 hectares) nos municípios do Cuito, Andulo e Cunhinga.
De acordo com o chefe de departamento do INAD, Barnabé Frederico, entre outras, as acções permitiram clarificar a reserva fundiária do Cuito, bairro Catema (arredores da cidade do Cuito).
O chefe da sala operativa da Comissão Nacional Intersectorial de Desminagem e Assistência Humanitária (CNIDA), Ismael Brito Sipi, disse que foram registados este ano três acidentes com minas, com saldo de um morto e dez feridos, dos quais sete são crianças, nos municípios de Camacupa, Cuito e Andulo.
Já o ano passado, foram registados cinco acidentes com minas, com resultado de oito óbitos e 16 feridos, de acordo com o responsável.
Para reduzir mortes causadas por engenhos explosivos, o INAD e as Forças Armadas Angolanas continuam a sensibilizar as populações sobre os perigos de minas, enquanto outras organizações não governamentais deixaram de operar, tendo em conta a falta de financiamentos.
Angola assinalou este ano o Dia Internacional de Sensibilização para o Perigo das Minas, 4 de Abril, numa altura em que as áreas confirmadas com contaminação de minas e outros engenhos explosivos representam uma superfície de 94.352.375 metros quadrados, enquanto a superfície das áreas que necessitam de confirmação é de 64.300.530 metros quadrados. As autoridades dizem ser impossível especificar o número de minas existentes nas áreas minadas por vários factores.