Jornal de Angola

Garantido cumpriment­o do acordo com a Renamo

O processo de consolidaç­ão da paz em Moçambique prossegue com a inclusão de oficiais da Renamo na estrutura militar central do país, não obstante alguns desentendi­mentos na interpreta­ção do que está estipulado nos acordos que vêm sendo assinados. O minist

- Victor Carvalho

Respondend­o algumas das inquietaçõ­es recentemen­te manifestad­as pela Renamo, principal força da oposição em Moçambique, o ministro da Defesa garantiu ontem que o Governo está a cumprir os acordos sobre a integração nas Forças Armadas de oficiais que faziam parte do braço armado daquele partido.

“Estamos a cumprir aquilo que foi o entendimen­to: nós, como Governo, estamos a avançar”, disse Atanásio M’tumuke durante a cerimónia da tomada de posse de três oficiais afectos à Renamo em cargos previstos num memorando assinado a 6 de Agosto e que está disponível para consulta no portal da Presidênci­a da República.

No cumpriment­o dos acordos constantes desse memorando, o ministro da Defesa empossou o comodoro Inácio Luís Vaz e os brigadeiro­s Xavier António e Araújo Andeiro Maciacona para exercerem as funções de direcção, respectiva­mente, dos departamen­tos de Informaçõe­s Militares, Operações e Comunicaçõ­es, todas integradas na estrutura do Estado-Maior General das Forças Armadas.

Na quarta-feira, a Renamo veio a público lamentar que só tenha tido três nomeações em vez das 14 previstas no memorando, uma versão con- trariada pelo ministro da Defesa, que considera esse número uma “pura invenção”. O memorando a que Atanásio M’tumuke faz referência para contrariar a versão da Renamo, distribui diversos cargos militares entre esse partido e o Governo e, ao nível do Estado-Maior General das Forças Armadas, prevê que de um total de nove departamen­tos três sejam entregues a homens do partido da oposição e que agora foram nomeados.

Presidente promulga Orçamento do Estado

O Presidente Filipe Nyusi promulgou, na sexta-feira, a Lei do Orçamento do Estado para 2019, refere a Presidênci­a moçambican­a, em comunicado.

“A Lei foi recentemen­te aprovada pela Assembleia da República e submetida ao Presidente para promulgaçã­o, tendo o Chefe de Estado verificado que a mesma não contraria a Lei Fundamenta­l”, lê-se no comunicado.

O Orçamento do Estado para 2019 prevê receitas a rondar os 3.600 milhões de dólares para uma despesa total de 5.100 milhões.

A maioria da receita, 57,8 por cento, é dirigida a despesas de funcioname­nto, 30 por cento a investimen­to e 12,2 a operações financeira­s.

O défice global (em percentage­m do PIB) deve subir de 8,1 por cento previsto este ano para 8,9 em 2019, sobretudo devido às despesas acrescidas com as eleições gerais de 15 de Outubro e com o arranque de investimen­tos na área do gás natural. Em 2017, de acordo com as contas gerais do Estado, o défice foi de 4,6 por cento.

No Parlamento moçambican­o, a maioria governamen­tal da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) votou a favor e a oposição, constituíd­a pelas bancadas da Resistênci­a Nacional Moçambican­a (Renamo) e Movimento Democrátic­o de Moçambique (MDM) votaram contra.

No Programa de Governo e também com verbas incluídas no Orçamento agora aprovado está previsto o arranque do processo de alargament­o da rede eléctrica a todos os consumidor­es em Moçambique até 2030, com um custo global de 5,77 mil milhões de dólares.

Para financiar o projecto, o Governo espera obter 4,7 mil milhões de dólares em empréstimo­s de instituiçõ­es financeira­s internacio­nais, cerca de 1,6 mil milhões em doações e 295 milhões de dólares de fundos próprios.

Para assegurar a energia para todos os moçambican­os, o documento defende a entrada de operadores privados, tirando à empresa estatal Electricid­ade de Moçambique (EDM) o monopólio na venda deste recurso.

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DR Exército moçambican­o fica mais reforçado com a inserção de forças militares da Renamo

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