Procuradoria vai recorrer da libertação de Rwigara
O Procurador-Geral do Ruanda, Jean Bosco Mutangana, anunciou que vai recorrer da libertação da opositora Diane Rwigara e da sua mãe, acusadas de incitação à revolta.
“A acusação não está satisfeita com o julgamento, por isso decidimos recorrer nos próximos dias”, declarou Jean Bosco Mutangana, durante uma conferência de imprensa.
No início de Dezembro, Diane Rwigara, opositora do Presidente Paul Kagame e acusada de incitação à revolta, foi posta em liberdade, depois de um ano de prisão. A mãe, Adeline, e quatro outros acusados ruandeses, foram igualmente libertados.
O tribunal de primeira instância estimou que as críticas de Diane Rwigara contra o Governo não eram incitação à revolta, porque inscrevem-se no quadro do seu direito à liberdade de expressão garantida pela Constituição ruandesa e pelas Leis internacionais.
Para os juízes, a acusação também não provou que ela falsificou assinaturas dos seus apoiantes no processo apresentado à comissão eleitoral, com vista a participar na corrida presidencial de 2017.
Diane Rwigara é filha de Assinapol Rwigara, um empresário ruandês que nos anos 90 financiou a Frente Patriótica Ruandesa (FPR) de Paul Kagame.
Em 2015 distanciou-se da FPR, depois da morte do pai, num acidente de viação, uma versão da Polícia que ela contestou por considerar que se tratou de um “assassinato”.
Entretanto, um técnico de Informática, natural do Ruanda, procurado pelo seu supostamente envolvimento no genocídio dos Tutsis, foi extraditado da Dinamarca para Kigali.