Demolição de casa termina com feridos
O Exército israelita demoliu ontem, no campo de refugiados de Al-Amari, na Cisjordânia, a casa de um palestiniano acusado de ter matado em Maio um soldado israelita, numa intervenção na qual ocorreram violentos confrontos que causaram mais de dez feridos. As tropas dirigiram-se durante a noite ao campo de refugiados, onde rodearam o imóvel de quatro andares no qual residia a família de Islam Abu Hmaid, acusado de ter causado a morte do soldado Ronen Lubarsky pelo lançamento de um objecto durante uma operação militar no campo, informou a agência de notícias palestiniana “Wafa”. Vários activistas palestinos e alguns simpatizantes internacionais esperavam dentro do imóvel para fazer resistência à demolição, informaram à Agência Efe testemunhas.
Os soldados usaram a força para retirar os activistas do imóvel, bem como das casas dos arredores e colocaram vários explosivos no interior do edifício para demolí-lo em duas fases.
Durante a intervenção, ocorreram confrontos entre palestinianos e o Exército, que respondeu com gás lacrimogéneo e balas de borracha, factos que deixaram mais de 10 feridos que receberam atendimento médico num hospital de Ramallah, segundo um porta-voz do Ministério de Saúde da Palestina.
O campo de Al-Amari está localizado na Zona A de Cisjordânia, uma área que, segundo os acordos de paz de Oslo, Israel não tem controlo administrativo e nem de segurança e na qual as suas tropas são proibidas de entrar sem coordenação com a Autoridade Nacional Palestina (ANP). Um porta-voz militar negou comentar a demolição do imóvel.