Jornal de Angola

Luanda sem provincial sénior há cinco anos

- António de Brito

A província de Luanda, maior celeiro do futebol do país, não realiza há cinco anos o campeonato provincial sénior da modalidade por falta de clubes. A maioria das equipas aboliram o futebol neste escalão, porque não tinham como suportar os encargos, por força das dificuldad­es financeira­s. No passado, Luanda tinha112 equipas e competiam com regularida­de nas competiçõe­s sob a égide da Associação Provincial de Futebol de Luanda (APFL).

Parte destes clubes estavam vinculados às empresas estatais e privadas, designadam­ente Ferroviári­o, Rodoviário, Sociborda, Paviterra, Sécil Marítima, Edel, Cuca e Nocal. Os problemas financeiro­s por que passam muitas empresas, contribuiu para o desapareci­mento dos clubes. Daí a razão dá não realização do campeonato provincial sénior de futebol de Luanda.

Em declaraçõe­s ao Jornal de

Angola, Manuel Caleia, presidente da mesa da Assembleia Geral dos Polivalent­es de Luanda, considerou que a situação é bastante preocupant­e, mas que a solução passa pelo apoio aos fazedores do desporto. “O Governo de Luanda não ajuda as equipas, ao contrário das restantes províncias do país. Muitos dos clubes foram forçados a acabar com o futebol sénior”, disse, acrescenta­ndo que os clubes não tinham condições financeira­s e apoios institucio­nais, para suportar as despesas com as arbitragen­s e campos. À semelhança das descentral­izações administra­tivas, Manuel Caleia defende que o mesmo método tem de ser adoptado no desporto." Se haver descentral­ização no desporto, estou convencido de que os problemas nos clubes vão acabar. Sem dinheiro é impossível fazer desporto. Se não mudar a política, vamos continuar a assistir os mesmos problemas de sempre. Nós estamos a pensar seriamente acabar com o futebol nos escalões de formação. O Governo de Luanda está relaxado, pelo facto do 1º de Agosto, Petro de Luanda, Interclube, ASA, Progresso Sambizanga e Kabuscorp do Palanca, estarem no Girabola", adiantou o dirigente desportivo.

“O Governo de Luanda não ajuda as equipas, ao contrário das restantes províncias do país. Muitos dos clubes foram forçados a acabar com o futebol sénior”

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