“Baía Farta” ajuda a investigar recursos
O primeiro navio angolano de investigação científica vai contribuir para o aprofundamento do conhecimento do mar e servir como centro de formação
“Baía Farta” é o nome do primeiro navio angolano de investigação científica. A embarcação, que se encontra em Luanda desde 12 de Dezembro e apresentada ontem, à imprensa, vai permitir conhecer profundamente a diversidade de recursos marinhos, bem como o aumento do volume de informação dos investigadores e ecossistemas.
“Baía Farta”, nome do primeiro navio oceanográfico de investigação científica angolano, já está em Angola desde o dia 12 de Dezembro e foi ontem apresentado à comunicação social, no Porto de Luanda.
O navio, cujo fabrico, na Roménia, foi orçado em mais de 75 milhões de euros, vai ter uma tripulação constituída por 21 técnicos, sendo 12 angolanos e nove portugueses.
É angolano o comandante do “Baía Farta”, navio que tem capacidade para 51 pessoas e a missão de avaliar o volume eascaracterísticas dosprincipais recursos pesqueiros e as condições ambientais das águas marinhas e continentais.
Numa visita guiada, Miguel António, biólogo e mestre em Recursos Marinhos e Costeiros, explicou à imprensa que o “Baía Farta” é tecnologicamente um dos navios oceanográficos mais avançados e a sua construção acautelou a minimização do ruído subaquático, acústico interno e vibrações, garantido níveis de silêncio necessária à investigação científica dos recursos marinhos.
O navio tem 74 metros de comprimento, uma velocidade de 13 nós e dispõe de uma sala acústica, quatro laboratórios, um ginásio, camarotes duplos, cozinha, área de serviço com 15 monitores de comando e três computadores que fazem o comando do ecosonda (aparelho electrónico utilizado geralmente na navegação naval para medir a distância entre a superfície da água e o fundo marinho), cada um dos quais desenvolve trabalhos diferentes.
O navio tem, no seu equipamento, o monitor "SU90", um aparelho que localiza barcos que estiverem ao seu redor, visualizando a característica de cada um, como o tipo de mercadoria que transportam e o número de pessoas a bordo.
O navio está sob a responsabilidade directa do Instituto de Investigação Pesqueira e Marinha, tutelado pelo Ministério das Pescas e do Mar, e vai percorrer as águas territoriais angolanas para, entre outras atribuições, garantir ainda a qualidade sanitária dos produtos de pesca e dos seus derivados.
A directora do Instituto Nacional de Investigação Pesqueira e Marítima, Filomena Vaz Velho, revelou que, a nível da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), Angola era o único país que não tinha navio de investigação científica.
Filomena Vaz adiantou que o navio “Baía Farta” vai contribuir, de forma significativa, para o aprofundamento do conhecimento dos oceanos e do mar e das suas espécies, além de servir como centro de formação. O navio oceânico foi fabricado na Roménia pela empresa holandesa “Damen”.