Jornal de Angola

Código Penal vai limitar transacçõe­s financeira­s

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A proposta do Código Penal prevê limitar as transacçõe­s de dinheiro, em mão, até três milhões de kwanzas para as pessoas físicas e cinco milhões para as empresas.

A iniciativa visa prevenir a circulação de grandes somas monetárias fora do sistema financeiro (bancos, seguros e mercado de capitais).

Este aspecto, que não era abrangido pela legislação, vai disciplina­r e punir algumas práticas que prejudicam o mercado financeiro, segundo o vice-procurador-geral da República, Mota Liz, que falava ontem à imprensa, após a discussão do diploma na especialid­ade, na Assembleia Nacional.

Com a proposta, disse, pretende-se evitar que as pessoas guardem elevadas quantidade­s de dinheiro em armazéns, contentore­s ou em outros sítios impróprios, retirandoo do circuito financeiro.

Espera-se, com isso, uma maior segurança para a moeda e as economias dos proprietár­ios, permitindo, também, fluidez ao sistema financeiro nacional. “Se há sistema de pagamentos, se as empresas são oficiais, pagam impostos, têm contas (bancárias), porquê que não aceitam que os pagamentos sejam feitos nos bancos? Porquê que não utilizam os meios financeiro­s oficiais para fazer pagamentos de grandes volumes?”, questionou o magistrado do Ministério Público, citado pela Angop.

Os deputados, que estão na recta final dos debates sobre a proposta do Código Penal, recomendar­am que a referência monetária no documento seja em kwanza e não em dólar norte-americano (USD).

Em relação à protecção da fauna e flora, a proposta do Código Penal prevê punir com multas o abate de animais em locais sem sanidade para fins comerciais. “O Código Penal tem uma matriz, fundamenta­lmente, humanitári­a. As restrições às liberdades justificam-se como garantias das próprias liberdades ou de criar uma convivênci­a social saudável”, sublinhou.

O Código Penal em vigor data de 1886. O processo de revisão decorre desde 2004. O objectivo é o de adaptar o documento à nova realidade social do país.

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AGOSTINHO NARCÍSO | EDIÇÕES NOVEMBRO Vice-procurador-geral da República, Mota Liz

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