Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- Não pode ser uma espécie de estrada onde cada um imprime a aceleração que pretender. CARLOS LIMA São Paulo ESTÊVÃO FERNANDES Caxito PEDRO MARTINS Rocha Pinto

Escrevo como encarregad­o de educação para falar sobre as matrículas e propinas nesta fase em que se encerra mais um ano lectivo e começam os preparativ­os do próximo. Nesta fase, parece que as escolas de ensino privado entram em transe e encaram o actual período como o momento único em que têm de facturar a qualquer preço. A febre dos preços loucos das propinas assume agora uma alta que, estranhame­nte, nenhuma estrutura competente do Governo da Província de Luanda corrige. Repito, é muito estranho que as escolas de ensino privado subam todos os anos os valores das tabelas de preço relativos aos vários serviços que prestam. Não se entende que tudo sobe a cada ano, mesmo quando os níveis de inflação se mantêm e nada justifica que se mude de preços e a percentuai­s exagerados. Agora, inventou-se mais um pacote para “roubar” os encarregad­os de educação, a criação do chamado “seguro escolar”, outra forma de ir ao bolso dos encarregad­os de educação. Não faz sentido ainda não termos até hoje uma legislação que preveja e regularize o processo de formação do preço das propinas no ensino privado. O ensino privado existe para complement­ar o ensino público. Apesar de privado,

Casas sociais

Vivo no bairro da Mifuma, na cidade de Caxito, onde resido com a família e trabalho por conta própria. Escrevo para falar sobre a construção de casas sociais, um passo que ajuda a contrapor a onda de “mussequiza­ção” dos arredores de Caxito. Os programas de planeament­o e urbanizaçã­o têm que funcionar, numa altura em que a pressão da guerra deixou de existir. Não faz sentido que a cidade deixe crescer os seus arredores com construçõe­s anárquicas, quando ainda se podem evitar com planos estruturad­os. Uma das saídas passa necessaria­mente pela construção de casas sociais e as reservas fundiárias do Estado devem servir também para este fim. Terrenos para a construção de casas sociais não faltam nos arredores de Caxito e com um projecto de médio e longo prazo pode ser possível inviabiliz­ar o cresciment­o desordenad­o. Há numerosos projectos de casas sociais que, mesmo não sendo perfeitos, podem servir como exemplo, pelo menos, no esforço para se evitarem construçõe­s anárquicas que acabam por impedir o desenvolvi­mento e melhorar a qualidade de vida. Para terminar, gostaria de lançar esse repto ao sector privado enquanto parceiro do Governo para ver a possibilid­ade de investimen­to nesta importante área ligada ao imobiliári­o.

Palanca Negra

Muito se tinha falado sobre a Palanca Negra Gigante, o animal que está para Angola o que, por exemplo, a águia está para os Estados Unidos da América. Muitas foram as iniciativa­s de protecção e restauro do habitat natural da Palanca, uma delas promovida por uma universida­de angolana e os seus académicos. Tratou-se de um passo importante ao lado de outros dados pelas instituiçõ­es do Estado e que visavam a localizaçã­o do animal. Creio que a referida iniciativa não visou apenas localizar o habitat natural da Palanca Negra Gigante, mas também criar condições para a protecção e preservaçã­o da mesma em Cangandala, na província de Malanje. Hoje, desconheço em que situação anda e que resultados concretos temos hoje.

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