CARTAS DOS LEITORES
Escrevo como encarregado de educação para falar sobre as matrículas e propinas nesta fase em que se encerra mais um ano lectivo e começam os preparativos do próximo. Nesta fase, parece que as escolas de ensino privado entram em transe e encaram o actual período como o momento único em que têm de facturar a qualquer preço. A febre dos preços loucos das propinas assume agora uma alta que, estranhamente, nenhuma estrutura competente do Governo da Província de Luanda corrige. Repito, é muito estranho que as escolas de ensino privado subam todos os anos os valores das tabelas de preço relativos aos vários serviços que prestam. Não se entende que tudo sobe a cada ano, mesmo quando os níveis de inflação se mantêm e nada justifica que se mude de preços e a percentuais exagerados. Agora, inventou-se mais um pacote para “roubar” os encarregados de educação, a criação do chamado “seguro escolar”, outra forma de ir ao bolso dos encarregados de educação. Não faz sentido ainda não termos até hoje uma legislação que preveja e regularize o processo de formação do preço das propinas no ensino privado. O ensino privado existe para complementar o ensino público. Apesar de privado,
Casas sociais
Vivo no bairro da Mifuma, na cidade de Caxito, onde resido com a família e trabalho por conta própria. Escrevo para falar sobre a construção de casas sociais, um passo que ajuda a contrapor a onda de “mussequização” dos arredores de Caxito. Os programas de planeamento e urbanização têm que funcionar, numa altura em que a pressão da guerra deixou de existir. Não faz sentido que a cidade deixe crescer os seus arredores com construções anárquicas, quando ainda se podem evitar com planos estruturados. Uma das saídas passa necessariamente pela construção de casas sociais e as reservas fundiárias do Estado devem servir também para este fim. Terrenos para a construção de casas sociais não faltam nos arredores de Caxito e com um projecto de médio e longo prazo pode ser possível inviabilizar o crescimento desordenado. Há numerosos projectos de casas sociais que, mesmo não sendo perfeitos, podem servir como exemplo, pelo menos, no esforço para se evitarem construções anárquicas que acabam por impedir o desenvolvimento e melhorar a qualidade de vida. Para terminar, gostaria de lançar esse repto ao sector privado enquanto parceiro do Governo para ver a possibilidade de investimento nesta importante área ligada ao imobiliário.
Palanca Negra
Muito se tinha falado sobre a Palanca Negra Gigante, o animal que está para Angola o que, por exemplo, a águia está para os Estados Unidos da América. Muitas foram as iniciativas de protecção e restauro do habitat natural da Palanca, uma delas promovida por uma universidade angolana e os seus académicos. Tratou-se de um passo importante ao lado de outros dados pelas instituições do Estado e que visavam a localização do animal. Creio que a referida iniciativa não visou apenas localizar o habitat natural da Palanca Negra Gigante, mas também criar condições para a protecção e preservação da mesma em Cangandala, na província de Malanje. Hoje, desconheço em que situação anda e que resultados concretos temos hoje.