Recuperação desperta empresas portuguesas
A presidente da Comissão Executiva da Sociedade para o Financiamento do Desenvolvimento (SOFID) considerou ontem, em entrevista à agência Lusa, que a recuperação económica em Angola e Moçambique vai fazer os projectos de investimento saírem da gaveta dos empresários.
“Muitas empresas tinham os projectos na gaveta, eles até já existem e estão hoje a ser actualizados e com certeza irão aparecer, até porque, com novos instrumentos de cobertura de riscos, de que a Comissão Europeia também é protagonista, estou certa que haverá novos projectos em vários sectores”, disse Marta Mariz, quando questionada sobre o impacto da recuperação económica prevista em Angola e Moçambique no próximo ano.
Os investimentos em várias áreas da economia, acrescentou, “são o desejo destes países, de haver diversificação da economia e as empresas portuguesas serão protagonistas pela sua capacidade de fazer nestes países”, acrescentou a responsável, que na semana passada assinou um memorando de entendimento com o Banco Europeu de Investimento que contempla 12 milhões de euros para as pequenas e médias empresas portuguesas investirem nos países africanos de língua portuguesa.
“O BEI viu, e bem, a capa- cidade portuguesa nesses países, e a SOFID é só uma facilitadora e um meio de transporte para essas grandes multilaterais financeiras”, explicou a presidente desta entidade maioritariamente estatal cujo principal objectivo é apoiar financeiramente os investimentos das empresas portuguesas no estrangeiro.
“A SOFID tem como missão apoiar os investimentos das empresas portuguesas do sector privado nos países em desenvolvimento e, como tal, a prioridade é desenvolver uma série de protocolos com várias instituições financeiras multilaterais internacionais e, também desta forma, permitir às empresas portuguesas aceder ao financiamento para o desenvolvimento, por um lado, e a novos instrumentos mitigadores de risco, seja político, de país ou cambial”, explicou Marta Mariz.
“Queremos colocar-nos como facilitadores de novos financiamentos destes novos actores do financiamento ao desenvolvimento, quer com o BEI, quer com o Compacto Lusófono [assinado com o Banco Africano de Desenvolvimento]. Temos muitos instrumentos financeiros e estamos à espera de novos projectos”, sublinhou.