Reformas nos petróleos são apoiadas pela OPEP
O secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), Mohammad Barkindo, manifestou ontem, em Luanda, apoio às reformas que ocorrem no sector angolano dos hidrocarbonetos, considerando-as “acertadas” para os actuais desafios.
“O processo de reformas é um instrumento certo para responder aos desafios e, nós, ao nível da OPEP, aprovamos e apoiamos a implementação deste processo”, declarou o líder do cartel no final de um encontro com o ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, Diamantino Azevedo.
No encontro, Mohammad Barkindo, de nacionalidade nigeriana, foi informado que, desde 2017, altura em que o Presidente João Lourenço chegou ao Governo, iniciaram-se reformas no sector petrolífero, entre as que se incluem cinco novas leis projectadas para a atracção de investimentos. As acções preconizam a reestruturação da Sonangol - que deixou de exercer o papel de concessionária para focar-se apenas no “core business” - e a privatização de grande parte das suas participadas. O secretário-geral da OPEP considerou que a dinâmica imposta pela nova legislação tem potencial para acelerar o ritmo das reformas.
Mohammad Barkindo reconheceu que o país tem um enorme potencial na produção de petróleo e gás, pelo que, fruto da estratégia da OPEP para estabilizar os preços do crude no mercado internacional, Angola reduz a extracção em 29 mil barris por dia.
Os preços do petróleo, considerou, são uma questão “muito sensível”. A OPEP, prosseguiu, concentra-se mais nos fundamentos da procura e da oferta, a manter a estabilidade e a defender “o que é bom” para produtores e consumidores mas, “em última instância, é o mercado a decidir sobre o preço”.
Num outro encontro, o presidente do Conselho de Administração da Sonangol anunciou ao secretário-geral da OPEP que, além dos esforços para estabilizar a produção à volta de 1,5 milhões de barris por dia, a companhia pode obter um aumento, dado pela combinação de novas descobertas e acordos assinados com importantes grupos mundiais da indústria petrolífera.