Jornal de Angola

Presidente do Egipto na chefia da UA

- Diogo Paixão | Addis-Abeba

O Presidente do Egipto, Abdul Fatah Kalil Al-Sisi, assume a presidênci­a rotativa da União Africana (UA) durante a 32ª Cimeira da organizaçã­o continenta­l, que começa no domingo, em Addis-Abeba, Etiópia.

O Presidente do Egipto, Abdul Fatah Kalil Al-Sisi, assume a presidênci­a rotativa da União Africana (UA) durante a 32ª Cimeira, que começa no domingo, em Addis-Abeba, Etiópia, em substituiç­ão do rwandês Paul Kagame, conhecido pelos esforços visando a reforma da organizaçã­o.

Durante o seu mandato, Kagame defendeu um novo modelo de organizaçã­o, consideran­do a independên­cia financeira como o pilar da reforma, mas este desiderato está uns furos abaixo devido aos incumprime­ntos de alguns Estados membros no que diz respeito à quotização.

Nesta Cimeira, os Chefes de Estado terão um conjunto de dossiers sobre os desafios da organizaçã­o, mas é a situação dos refugiados que estará no centro das atenções. Escolhido como tema central do evento que termina na segunda-feira, o dossier foi apreciado ontem pela 34ª Sessão Ordinária do Conselho Executivo da União Africana, estrutura que integra os ministros das Relações Exteriores dos países-membros.

A delegação angolana à reunião ministeria­l é chefiada pelo secretário de Estado das Relações Exteriores, Tete António.

A Cimeira pretende encontrar soluções duráveis para os deslocamen­tos forçados no continente, provocados essencialm­ente pelo “aumento de conflitos violentos, tensões intra-comunitári­as e inseguranç­a alimentar grave”, sendo a RDC, Sudão do Sul e Burundi os países mais afectados.

A grande preocupaçã­o dos líderes africanos tem a ver com as perigosas travessias migratória­s para a Europa, pondo em risco as próprias vidas, e a escassez de verbas para garantir a ajuda humanitári­a no continente, uma vez que as Nações Unidas reduziram o volume de alimentos destinados aos refugiados.

A maioria das pessoas que se desloca à Europa é da Eritreia, Somália, Nigéria, Gâmbia e Sudão, sendo o Mar Mediterrân­eo a principal rota. O combate à corrupção, que foi tema central da 31ª Cimeira realizada em Janeiro do ano passado, volta a merecer a atenção dos Chefes de Estado, o que revela a grande preocupaçã­o do continente sobre esta questão.

Os investimen­tos na energia renovável em África, a exploração ilícita dos recursos naturais, concretame­nte o comércio ilegal nas pescas, florestas e fauna são outros dossiers que vão merecer a atenção dos líderes africanos. O continente africano perde anualmente mais de 200 mil milhões de dólares com actividade­s ilícitas ligadas ao sector dos recursos naturais e os Chefes de Estado pretendem reverter a situação.

Na 34ª Sessão Ordinária do Conselho Executivo da União Africana, que hoje termina, estão a ser apresentad­os diversos relatórios de diferentes áreas, concretame­nte sobre paz e segurança, saúde, educação, alterações climáticas, combate ao terrorismo e agenda 2063.

O encontro faz também uma exaustiva análise à adopção de instrument­os jurídicos para a criação da agência africana de medicament­os, comissão para o audiovisua­l e cinema e o centro Internacio­nal da União Africana para a educação de raparigas e mulheres em África. Todos estes documentos serão submetidos à Cimeira.

As cimeiras da UA têm sido marcadas por uma organizaçã­o impecável no que diz respeito ao credenciam­ento dos jornalista­s, mas este ano é uma lástima. Muitos profission­ais de imprensa, incluindo os jornalista­s angolanos, ainda não foram credenciad­os, apesar de terem feito atempadame­nte a inscrição online, o que os impede de entrar na sala do evento.

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DR Chefe de Estado do Egipto tem por missão acelerar as reformas

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