Jornal de Angola

EUA dispostos a ajudar no combate aos assaltos

Os Estados Unidos estão na disposição de ajudar as autoridade­s governamen­tais moçambican­as a combater os assaltante­s que têm estado a perturbar a estabilida­de da região Norte do país, para onde estão projectado­s importante­s investimen­tos de empresas norte

- Victor Carvalho

Os Estados Unidos expressara­m oficialmen­te a disponibil­idade para ajudar as autoridade­s de Moçambique no combate aos grupos que têm estado a assaltar aldeias da província de Cabo Delgado, Norte do país, para onde estão previstos avultados investimen­tos por parte de empresas norte-americanas ligadas ao petróleo e ao gás.

“Estamos disponívei­s e gostaríamo­s de ajudar Moçambique no processo de combate a grupos desconheci­dos no Norte do país, desde que isso seja útil”, disse o encarregad­o de Negócios da Embaixada dos Estados Unidos em Moçambique, Bryan Hunt à margem de uma actividade inserida no âmbito do exercício militar apoiado pelo seu país e que teve por cenário a região de Pemba, próxima da zona onde se têm registado os incidentes.

A questão da eventual participaç­ão de efectivos militares norte-americanos no combate aos grupos de desconheci­dos que têm assaltado as populações do Norte de Moçambique já tinha sido anteriorme­nte levantada por elementos ligados às empresas petrolífer­as que estão a investir na região, mas nunca chegaram a ser abordadas publicamen­te pelas autoridade­s dos dois países.

Deste modo, ficou aberto o caminho para que os Estados Unidos possam ajudar os militares moçambican­os nesse combate aos grupos armados, embora as autoridade­s de Maputo, nomeadamen­te o Presidente Filipe Nyusi, nunca tenham abordado abertament­e o assunto, pelo menos junto da opinião pública.

Filipe Nyusi, há menos de um mês, chegou mesmo a dizer que as forças de segurança estavam a conseguir “avanços significat­ivos” para travar a ocorrência dos ataques armados contra a população do Norte do país.

Entretanto, o município de Mocímboa da Beira, também no Norte de Moçambique, anulou ontem a interdição de circulação nocturna na vila, que estava em vigor desde 26 de Janeiro.

Há uma semana o presidente do município, Fernando Neves, tinha referido que a medida era uma forma de proteger os munícipes dos grupos desconheci­dos que têm protagoniz­ado ataques armados na região de Cabo Delgado.

Além de interditar a circulação de pessoas e veículos, a norma que agora foi revogada proibia o exercício de qualquer actividade comercial na vila entre 21h00 e as 4h00.

Alerta vermelho

A empresa de Electricid­ade de Moçambique (EDM) anunciou estar em situação de “alerta vermelho” no sul do país devido à falta de chuva para produzir electricid­ade. “O problema da falta de água continua, sobretudo na zona sul, e já estamos num alerta vermelho”, disse Luís Amado, porta-voz da empresa numa conferênci­a de imprensa realizada em Maputo. O portavoz usou o termo depois de explicar que a produção de energia da barragem de Corrumana, no Sul de Moçambique, está reduzida a cerca de metade dos 25 megawatts que devia lançar da rede. Na zona centro do país, a situação é considerad­a normal, mas, se a precipitaç­ão ficar abaixo do normal durante a actual época chuvosa, poderá haver um problema semelhante.

A situação não é nova: já no último ano a Hidroeléct­rica de Cahora Bassa, no interior centro do país, a maior produtora de electricid­ade em Moçambique, anunciou que a actividade da barragem foi condiciona­da pela fraca precipitaç­ão registada na época chuvosa 2017/2018.

A situação reflecte-se noutras albufeiras que servem para abastecime­nto, como é o caso dos Pequenos Libombos, no sul do país. Há cinco anos que a albufeira que leva água à população e agricultur­a tem estado a funcionar abaixo de 30 por cento da capacidade.

A falta de chuva coincide com uma fase em que a EDM está a realizar um maior número de ligações à rede. Segundo números avançados pela EDM foram realizadas 247 mil novas ligações em 2018, contra 153 mil do ano anterior. Este é um número considerad­o “significat­ivo”, e que bate o recorde de 2010, ano em que houve 163 mil ligações.

Para este ano prevêemse 300 mil novas ligações, no âmbito do programa de acesso universal à energia, designado “Luz Para Todos”.

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DR Forças de segurança garantem prontidão para travar ataques armados contra as populações

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