Jornal de Angola

Especialis­ta descarta processos criminais

-

O especialis­ta em Direito Económico da Universida­de Católica de Angola, Miguel Carvalho, defende que, apesar do BNA ter assumido de forma integral o reembolso de 13 mil milhões de kwanzas em depósitos de clientes do Banc, com grande probabilid­ade de perdas, é prematuro prever a instauraçã­o de um processo crime contra accionista­s e gestores do banco.

Miguel Carvalho reagia assim à revogação da licença do Banc, em vigor desde quarta-feira, pelo que o Banco Nacional de Angola (BNA) apresentou como “graves problemas técnicos” que colocaram a instituiçã­o em “falência técnica”.

O governador do BNA, José de Lima Massano, afirmou, ao anunciar a medida, que foram detectadas “deficiênci­as no modelo de governação”, com “riscos que eram grandes e foram mal geridos” pela administra­ção.

Miguel Carvalho declarou ao Jornal de Angola que, para a instauraçã­o de um processo crime, tem de haver um nexo de casualidad­e entre a falência e as medidas de gestão e que seriam necessário­s indícios de que a falência tenha sido provocada por gestão fraudulent­a.

O académico é da opinião que, até prova em contrário, a questão que se coloca reside apenas em que o Banc estava a ser intervenci­onado muito antes de se determinar a revogação da licença, numa medida de resolução em que o BNA tentava salvar o banco.

A medida não teve os melhores resultados, culminando com revogação da licença, uma vez que não se conseguiu e nem se previa o preenchime­nto do capital, frisou Miguel Carvalho, declarando que, nesta situação, não é atribuída responsabi­lidade penal aos bancos encerrados.

 ?? ARIMATEIA BAPTISTA | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Revogação da licença do Banc não suscita processo crime
ARIMATEIA BAPTISTA | EDIÇÕES NOVEMBRO Revogação da licença do Banc não suscita processo crime

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola