PERISCÓPIO
Luciano Rocha A decisão de proibir o estacionamento automóvel na Rua Rainha Jinga - escrito assim, com “J”, mas também com “G”, nas placas toponímicas - sem aviso prévio, é apenas reflexo do desrespeito a que estão votados os luandenses.
Que o tráfico rodoviário em toda a província de Luanda, designadamente do centro da capital, é problema que tem de ser resolvido , ninguém contesta.
Desde que a solução passe por estudos feitos por técnicos, designadamente engenheiros e arquitectos. Mais, que lhe conheçam a História ao pormenor e respeitem a identidade. Nunca por quem queira fazer dela cópia de algo “tão bonito e funcional” que sabe haver lá fora. Dispensam-se curiosos. Tal como quem possa ver nisto forma de encher os bolsos.
A resolução do caos rodoviário na capital - e no resto da província que lhe herdou o nome passa obrigatoriamente pelos luandenses. Que têm de ser ouvidos. Ora, se a solução começou com a arbitrariedade de quarta-feira, numa das mais centrais e movimentadas artérias da cidade, foi escolhida a pior maneira. Por ter obedecido à máxima do “quero, posso, logo mando”, que pensávamos em desuso.
Ninguém pode acordar de manhã e, sem aviso atempado, ordenar: “bloqueiem todas as viaturas estacionadas” no sítio X. O diálogo é parte integrante da democracia. Quem, acintosamente, ignora este princípio não faz parte dela.