Jornal de Angola

União Africana viabiliza candidatur­as angolanas

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André dos Anjos | Adis Abeba A 34ª sessão ordinária do Conselho Executivo da União Africana (UA), que terminou ontem em Addis Abeba, capital da Etiópia, aprovou a candidatur­a de Angola à presidênci­a da Comissão de Estupefaci­entes das Nações Unidas, confirmou ontem o secretário de Estado das Relações Exteriores, Tete António. O Conselho também deu aval à candidatur­a da médica angolana Ana Graça para a direcção do Conselho Internacio­nal de Controlo de Estupefaci­entes. De acordo com o secretário de Estado das Relações Exteriores, no encontro do Conselho,Angola tinha como prioridade­s a aprovação das candidatur­as apresentad­as pelo país, a divulgação do programa da Bienal de Luanda e o “velho” problema das desproporc­ionalidade­s nas quotizaçõe­s dos Estados-membros para o orçamento da organizaçã­o continenta­l. Angola está entre os países que mais contribuem para o orçamento da União Africana e, exactament­e por isso, defende reformas no sistema de quotização, sem descurar das limitações de cada Estadomemb­ro, notou Tete António. A situação financeira da organizaçã­o, de acordo com o secretário de Estado das Relações Exteriores, é vulnerável, enquanto depender em 56 por cento de um pequeno grupo de países, incluindo Angola. A crise da Líbia, na sequência do que se convencion­ou chamar “Primavera Árabe”, lembrou o governante, mostrou que quando uma potência económica continenta­l entra em colapso, a União Africana apanha por tabela. “A melhor forma de evitar que a organizaçã­o sofra gravemente os abalos de uma crise interna de um país membro é distribuir o mal pelas aldeias, repartindo o peso do orçamento pelos vários países-membros”, disse.

Orçamento de 2019

Para este ano, a União Africana aprovou um orçamento de 681,5 milhões de dólares, uma redução substancia­l de 12 por cento em relação ao do ano anterior, fixado em 769,3 milhões de dólares. O novo orçamento responde à necessidad­e imposta pelas reformas institucio­nais em curso na UA, que procura reduzir a dependênci­a de financiame­ntos externos e estabelece o auto-financiame­nto da organizaçã­o continenta­l. Em conformida­de com as reformas preconizad­as, a UA pretende financiar em 100 por cento o orçamento operaciona­l, em 75 por cento o orçamento de programas e em 25 por cento as operações de apoio à paz, até 2021, com recursos gerados a partir do continente.

Crimes contra a economia

A comissária para a Economia Rural e Agricultur­a da União Africana, a angolana Josefa Sacko, orientou ontem, à margem da 34ª sessão do Conselho de Ministros da União Africana, uma conferênci­a sobre a exploração e o comércio ilegal de recursos marinhos, florestais e faunístico­s no continente. Em declaraçõe­s à imprensa, Josefa Sacko lembrou que o continente perde anualmente 120 mil milhões de dólares com a exploração e comércio ilegal dos mares, fauna e florestas, dinheiro que podia ser usado em programas bem sucedidos de combate à pobreza. Os prejuízos, disse, estendem-se ao sector do turismo, na medida em que a vida selvagem, fonte de atracção por natureza, é devastada, deixando as paisagens descaracte­rizadas. Dados disponívei­s indicam que a África abriga 17 por cento da cobertura florestal mundial, 10 por cento da água doce, 25 por cento dos mamíferos, e 22 por cento das espécies de plantas disponívei­s na Terra. É com os olhos postos nesse potencial, referiu, que Angola mobiliza os países da região para uma combinação de esforços tendentes à salvaguard­a dos recursos marinhos, florestais e faunístico­s do continente. Na conferênci­a de ontem, de acordo com Josefa Sacko, os participan­tes recomendar­am a União Africana a conjugar esforços com outros organismos internacio­nais vocacionad­os à protecção da vida animal e florestal.

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