Reduzida oferta constitui oportunidade de negócio
Administração municipal simplificou o licenciamento das operações, esperando atrair pequenos investidores
Com uma posição geográfica privilegiada na orla marítima de Luanda, Cacuaco tem grande potencial para absorver investimentos no domínio do turismo mercê de uma oferta ainda emergente de acomodação, de acordo com o director municipal da Hotelaria e Cultura.
Henriques Neves indicou ao Jornal de Angola que o município dispõe de 713 camas distribuídas por um hotel, 22 hospedarias, nove pensões, um aldeamento turístico e um motel, que considerou insuficiente comparado com o potencial do município.
Os números, acrescentou, representam uma oportunidade para os empresários aproveitarem, investindo nas inúmeras zonas inexploradas de Cacuaco com base nos incentivos instituídos pelo governo para o investimento privado e o fomento do turismo no país.
“Há muitas áreas subaproveitadas no município, como a de animação turística, orla marítima, restauração e parques de animação”, afirmou o director da Hotelaria e Cultura.
Henriques Neves anunciou que, durante encontros mantidos com os operadores turísticos de Cacuaco e outros investidores verificou-se a necessidade da criação de espaços para embarcações turísticas em determinados pontos, para apoiarem operações no trajecto entre a vila de Cacuaco, a Ilha do Cabo e o Mussulo.
Outros mostraram-se interessados em criar uma zona de navegação entre a vila de Cacuaco e a Funda, ao longo do rio Bengo, de maneira a explorar a parte navegável daquele curso fluvial.
O responsável pelo Turismo no município do Cacuaco disse ainda ser importante melhorar o funcionamento dos empreendimentos turísticos e garantir a formação contínua dos profissionais.
“Grande parte dos funcionários do ramo não são formados na área e a administração municipal tem criado parcerias com algumas escolas do ramo hoteleiro e um centro de formação profissional para levar os conhecimentos aos futuros profissionais que queiram ingressar no ramo, apostando na prestação de um serviço de qualidade.”
Henrique Neves adiantou que, este ano, é aberta uma unidade hoteleira de três estrelas e de capitais privados no bairro Nova Urbanização e que os turistas que mais visitam o município são belgas, portugueses e franceses. Sem água, nem luz Segundo o director, muitos operadores turísticos têm encontrado dificuldades para trabalhar, devido ao abastecimento irregular de água potável e energia eléctrica, sendo obrigados a recorrer a cisternas de água e a grupos geradores de electricidade, o que concorre para o encarecimento dos serviços.
Henrique Neves notou que, do ponto de vista institucional, estão criadas as condições para simplificar o licenciamento da actividade hoteleira e de restauração, com a administração municipal a autorizar a legalização de roullotes, auto-caravanas e botequins.
“Essa competência é da administração municipal, mas o que temos visto é que o Gabinete Provincial para Desenvolvimento Económico Integrado (GPDEI) também licencia botequins”, disse, sublinhando que cabe ao Ministério do Turismo licenciar hotéis, aldeamentos turísticos, hospedarias, pensões e restaurantes com a categoria de três estrelas e mais.
Outro facto que merece a atenção da administração é o das inspecções efectuadas pelo Ministério do Turismo às unidades hoteleiras. “As acções de inspecção no município devem incorporar técnicos das administrações locais - o que não acontece -, para desta forma todos possuírem os mesmos dados e não estarem desfasados. Só com trabalho conjunto teremos dados fiáveis, porque não fica bem à administração ter um dado e o ministério outro”, concluiu o director.
Cacuaco dispõe de 713 camas distribuídas por um hotel, 22 hospedarias, nove pensões residências, um aldeamento turístico e um motel