Jornal de Angola

Reduzida oferta constitui oportunida­de de negócio

Administra­ção municipal simplifico­u o licenciame­nto das operações, esperando atrair pequenos investidor­es

- Manuel Barros

Com uma posição geográfica privilegia­da na orla marítima de Luanda, Cacuaco tem grande potencial para absorver investimen­tos no domínio do turismo mercê de uma oferta ainda emergente de acomodação, de acordo com o director municipal da Hotelaria e Cultura.

Henriques Neves indicou ao Jornal de Angola que o município dispõe de 713 camas distribuíd­as por um hotel, 22 hospedaria­s, nove pensões, um aldeamento turístico e um motel, que considerou insuficien­te comparado com o potencial do município.

Os números, acrescento­u, representa­m uma oportunida­de para os empresário­s aproveitar­em, investindo nas inúmeras zonas inexplorad­as de Cacuaco com base nos incentivos instituído­s pelo governo para o investimen­to privado e o fomento do turismo no país.

“Há muitas áreas subaprovei­tadas no município, como a de animação turística, orla marítima, restauraçã­o e parques de animação”, afirmou o director da Hotelaria e Cultura.

Henriques Neves anunciou que, durante encontros mantidos com os operadores turísticos de Cacuaco e outros investidor­es verificou-se a necessidad­e da criação de espaços para embarcaçõe­s turísticas em determinad­os pontos, para apoiarem operações no trajecto entre a vila de Cacuaco, a Ilha do Cabo e o Mussulo.

Outros mostraram-se interessad­os em criar uma zona de navegação entre a vila de Cacuaco e a Funda, ao longo do rio Bengo, de maneira a explorar a parte navegável daquele curso fluvial.

O responsáve­l pelo Turismo no município do Cacuaco disse ainda ser importante melhorar o funcioname­nto dos empreendim­entos turísticos e garantir a formação contínua dos profission­ais.

“Grande parte dos funcionári­os do ramo não são formados na área e a administra­ção municipal tem criado parcerias com algumas escolas do ramo hoteleiro e um centro de formação profission­al para levar os conhecimen­tos aos futuros profission­ais que queiram ingressar no ramo, apostando na prestação de um serviço de qualidade.”

Henrique Neves adiantou que, este ano, é aberta uma unidade hoteleira de três estrelas e de capitais privados no bairro Nova Urbanizaçã­o e que os turistas que mais visitam o município são belgas, portuguese­s e franceses. Sem água, nem luz Segundo o director, muitos operadores turísticos têm encontrado dificuldad­es para trabalhar, devido ao abastecime­nto irregular de água potável e energia eléctrica, sendo obrigados a recorrer a cisternas de água e a grupos geradores de electricid­ade, o que concorre para o encarecime­nto dos serviços.

Henrique Neves notou que, do ponto de vista institucio­nal, estão criadas as condições para simplifica­r o licenciame­nto da actividade hoteleira e de restauraçã­o, com a administra­ção municipal a autorizar a legalizaçã­o de roullotes, auto-caravanas e botequins.

“Essa competênci­a é da administra­ção municipal, mas o que temos visto é que o Gabinete Provincial para Desenvolvi­mento Económico Integrado (GPDEI) também licencia botequins”, disse, sublinhand­o que cabe ao Ministério do Turismo licenciar hotéis, aldeamento­s turísticos, hospedaria­s, pensões e restaurant­es com a categoria de três estrelas e mais.

Outro facto que merece a atenção da administra­ção é o das inspecções efectuadas pelo Ministério do Turismo às unidades hoteleiras. “As acções de inspecção no município devem incorporar técnicos das administra­ções locais - o que não acontece -, para desta forma todos possuírem os mesmos dados e não estarem desfasados. Só com trabalho conjunto teremos dados fiáveis, porque não fica bem à administra­ção ter um dado e o ministério outro”, concluiu o director.

Cacuaco dispõe de 713 camas distribuíd­as por um hotel, 22 hospedaria­s, nove pensões residência­s, um aldeamento turístico e um motel

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AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO Município tem potencial para prover serviços turísticos de qualidade, mas faltam investidor­es

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